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Opinião: Descontentes do PT vão enviar à Direção Nacional do partido documento contra Ricardo Coutinho

Um grupo de petistas está preparando um documento em que alerta a Direção Nacional do PT sobre o quanto o retorno do ex-governador Ricardo Coutinho (ainda PSB) ao partido pode ser nocivo para a campanha de Lula à Presidência da República, na Paraíba. Subscrito por várias lideranças, o texto deve ser encaminhado até este sábado (07/08).
A revelação partiu de um interlocutor da ala petista descontente com o retorno de Ricardo Coutinho, que telefonou ao colunista a propósito de comentários feitos neste espaço sobre o reingresso do ex-governador paraibano às hostes petistas.


Pelo que se pôde denotar, os descontentes com Ricardo têm consciência de que ele conta com o amplo apoio do ex-presidente Lula, da Direção Nacional e da Direção petista no Estado. Mesmo assim, vão pontuar, no documento, os aspectos negativos desse retorno, sobretudo se for dado a Ricardo os poderes de que ele se arvora, até para montar palanque e formar chapa com candidatura própria.


Eles vão alertar a Direção Nacional, entretanto, de que Ricardo Coutinho está voltando muito mais como elemento desagregador do que como um bom articulador capaz de somar para a campanha de Lula. Entendem que, tendo Ricardo no comando local da campanha presidencial, por exemplo, partido nenhum irá se compor com o PT, ainda mais num segundo palanque com candidatura própria a governador.

Humilhados


A certa altura da conversa, o interlocutor disse: “Com Ricardo não tem jeito. Ele está humilhando a gente, o cara vai para uma rádio dizer que já tá montando uma chapa etc. Ora, quem está no partido há muito tempo não pode aguentar isso. Ele tá montando a chapa dele para derrotar a gente”.


No entendimento dos insatisfeitos com o retorno de RC ao PT, a Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores deveria ponderar a Ricardo Coutinho que já o apoiou em vários momentos e que, agora, se segurasse e seguisse as regras internas do PT, como é dever de todo filiado.


O interlocutor petista, no entanto, descartou a possibilidade dos descontentes deixarem o Partido dos Trabalhadores em decorrência da situação.


Mas adiantou que, se a Direção Nacional mantiver o apoio a Ricardo dando a ele o poder que ele demonstra que irá ter no PT, “vai ter briga interna de manhã, à tarde e à noite.”
O que mais desagradou os insatisfeitos, segundo o interlocutor, foi o fato do ex-governador paraibano tratar do seu retorno ao partido “por cima”, a começar da Direção Nacional, totalmente à revelia do PT e suas bases no Estado. “O cara quando quer ingressar num partido vai pra cima do chefão, ou vai dialogar com as pessoas?”, questionou, para completar: “Ele foi lá pra cima. E, num acordo que fizeram com Gleisi Hoffmann, Ricardo estava entrando no PT, mas sem nada decidido sobre candidaturas e contando com João Azevêdo.”


Segundo o interlocutor petista, em 24 horas Ricardo Coutinho não cumpriu o que acordou com a presidente nacional do PT, quando saiu dando entrevistas a emissoras de rádio do interior dizendo que vai montar um segundo palanque para Lula, tendo Luciano Cartaxo (PV) como provável candidato a governador, ele a senador, e Jeová Campos, Estela Bezerra e outros candidatos a deputado federal.

Inelegível


A ala petista que não quer Ricardo Coutinho dando ordens no partido acha que ele está inelegível: “Ele só concorreu na eleição passada, para prefeito de João Pessoa, porque quando ele registrou a candidatura, ainda era elegível. Depois se tornou inelegível. Agora é o contrário de antes: quando ele for registrar a candidatura estará inelegível; ele já está inelegível”, frisou o interlocutor petista.


Que a briga tá feia dentro do PT, não há dúvida nenhuma.


Mas briga no PT não é novidade para ninguém.

O que resta saber é: quando Lula e a Direção Nacional fincar pé e aceitar Ricardo Coutinho com plenos poderes, a briga interna para ou vai continuar durante a campanha eleitoral?

Vené e Lula


No exato momento de fechamento desta coluna, o senador paraibano e presidente estadual do MDB, Veneziano Vital do Rego, estava reunido com Lula e a Direção Nacional do PT.
Foi o bastente para estimular o burburinho latente, de que Lula poderia convencer Vené a disputar o Governo do Estado, garantindo a ele um segundo palanque.
Xiiii…


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