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Opinião: Cícero utiliza bom-senso para administrar JP, buscando não se envolver nos atuais atritos políticos da PB

As bombas incendiárias de napalm que estão sendo lançadas pelos bombardeiros no campo das especulações políticas parecem não atingir o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressitas). Experiente e cuidadoso no que expressa, o gestor prefere ficar longe do fogo cruzado que vem sendo travado pelas legendas partidárias e seus respectivos comandantes que atuam no “teatro de guerra” que se alastra por toda a Paraíba.

Para o “caboclinho”, não é hora de colocar a política em primeiro plano. Escolhe, ele, implementar ações que beneficiem a capital e os que nela habitam, reiterando sua parceria com o governador João Azevêdo (Cidadania), que apoiou o gestor nas eleições para prefeito em 2020.

A posição de Cícero Lucena é relativamente cômoda, pois não sofre pressão do seu partido para encampar lutas em benefício do deputado federal Aguinaldo Ribeiro. Pré-candidato ao Senado, o parlamentar do PP disputa com seu colega de Casa, Efraim Morais (Democratas) o apoio de Azevêdo na composição da chapa majoritária.

Pragmático e bom estrategista, Cícero apenas observa a ebulição política que vem ocorrendo há pelo menos um mês em todo o estado. Desde o chamado “levante do Sertão”, passando pelas certezas e incertezas do MDB e uma ala que busca lançar o senador Veneziano Vital do Rêgo como a terceira via na disputa para o governo da Paraíba, até o possível ingresso do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que hoje pavimenta seu retorno ao Partido dos Trabalhadores.

Bem diferente da realidade enfrentada pelo prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), que está engajado nos primeiros movimentos do ex-prefeito da Rainha da Borborema, Romero Rodrigues – seu parente e filiado à agremiação política do alcaide campinense – que pleiteia o governo do estado nas eleições de 2022, Cícero Lucena voa em céu de brigadeiro.

Sabe o chefe do Executivo pessoense da sua importância nos embates políticos que estão por vir, afinal, administrar o maior colégio eleitoral do estado é algo que poucos já tiveram. Então, gastar munição em escaramuças não é a opção mais inteligente.

E vou mais além: o “caboclinho” tenta evitar o fogo de artilharia dos adversários, entendendo ele que seu local, hoje, está nas trincheiras, aguardando o momento certo para sair com sua poderosa infantaria que, provavelmente, estará ao lado de João Azevêdo.

E nessa “Cruzada” paroquial, com habilidade diplomática, Cícero Lucena mantém um canal aberto com o governo federal e setores da esquerda. Livre do fisiologismo, sua relação com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) e a bancada paraibana no Congresso é de puro respeito, pois verbas federais são de grande valia para o desenvolvimento de qualquer cidade.

E aqui não vejo o prefeito de João Pessoa em cima do muro. Ao contrário, respeita a opinião de cada agente político, estando nessa esfera, inclusive, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em suma, Cícero Lucena é sábio gestor, cujo extremismo político e ideológico nunca foi sua marca. Pelo contrário, ele preza pelo bom-senso, e na hora (H) da peleja buscará dar apoio a seus verdadeiros aliados, algo raro em dias atuais.

As palavras ingratidão ou traição não são marcas no seu histórico enquanto político. Assim vejo o prefeito de João Pessoa.

Eliabe Castor
PB Agora


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