“Já faz mais de seis meses que ninguém traz comida pra mim”. Essa foi a frase dita por um morador de rua ao receber uma quentinha no fim da noite, como relembra Gabriela Aguiar, empresária e voluntária do projeto “Noite da Ternura”. O grupo realiza ações semanalmente em João Pessoa e se prepara para transformar a noite de Natal de quem não tem sequer um lar para se abrigar.
A distribuição das quentinhas acontece todas as terças-feiras, às 20h. O cardápio à base de arroz, verdura, cuscuz e salsinha muitas vezes é a única refeição dos moradores de rua que esperam pelo grupo. As ações acontecem em diferentes locais de João Pessoa, principalmente no Centro e praias, onde se concentram um grande número de moradores de ruas.
Em datas comemorativas como Páscoa e Dia das Crianças, além da entrega das comidas, os voluntários também levam brinquedos para as crianças das ruas, como também de instituições de caridade, com a ajuda de doações.
Para a noite de Natal, que acontece nesta terça-feira (25), o grupo vai preparar um cardápio diferente para a ceia. Serão distribuídas quentinhas com creme de galinha, arroz e purê, a fim de celebrar e confraternizar a data que comemora o nascimento de Jesus.
Segundo Gabriela, como não foi possível arrecadar brinquedos, serão levadas ‘lancheirinhas’ para as crianças. A ação também vai contar com a presença do Papai Noel, para tornar a noite ainda mais encantada.
Gabriela relembrou um momento especial durante a entrega das comidas no Natal de 2017. “O mais bonito pra mim foram as orações e homenagens que os próprios moradores de rua fizeram. Eles falavam que era aniversário de Jesus e precisavam rezar por ele, e um deles até cantou”.
Atualmente, sete pessoas participam da preparação das comidas, no período da tarde e 15 se revezam durante as entregas. Todas as terças, são produzidas entre 120 e 150 marmitas. Além disso, o grupo também leva café, suco, bolo e tapiocas. “Somos uma família”, afirma.
Foi em 2013 que amigos resolveram se unir e seguir com o projeto que dura até hoje. Em 2014 Gabriela conheceu o Noite da Ternura através de amigos, e passou a fazer parte da turma que saia às ruas à noite para a entrega dos alimentos.
“Passei um ano só fazendo as entregas. Porém eu faltava aula todas as terças e chegou um tempo que não havia mais condições de faltar”, contou. Para continuar no projeto, a empresária decidiu continuar, mas na produção das comidas. Os fundadores do grupo já não fazem mais parte, e segundo Gabriela, durante os quatro anos de ações, o projeto passou por melhorias.
Redação
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