Operação Gabarito: Justiça decreta prisão de acusados

A juíza de Custódia Thana Michelle Carneiro determinou a preventiva de todos os suspeitos detidos em flagrante pela Polícia Civil da Paraíba na Operação Gabarito, realizada domingo passado no Condomínio Privê Cabo Branco, em João Pessoa. A organização criminosa conseguiu aprovar, de forma fraudulenta, cerca de 500 pessoas em concursos públicos de instituições como Fundação Getúlio Vargas, IBGE, IFPB e Polícia Rodoviária Federal.

Dos 17 homens detidos, 15 foram encaminhados para o Presídio do Róger, e dois deles, Vicente Fabrício Nascimento Borges e Thiago Augusto Nogueira Leão, que foram aprovados em concursos, possivelmente de forma fraudulenta, para o cargo de policiais, foram encaminhados para o 5º Batalhão da Polícia Militar do Estado.

Já as duas mulheres também suspeitas de participarem da organização criminosa, Elaine Patrícia da Silva Medeiros e Kamilla Marcelino Crisostomo da Silva, foram penalizadas a cumprir prisão domiciliar com o uso de tornozeleiras, por serem mães de crianças.

Segundo o titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) de João Pessoa, Lucas Sá, a organização criminosa atuava desde 2005 e beneficiou cerca de 500 pessoas em 60 concursos. O lucro do grupo que conseguia aprovar de forma ilegal pessoas em concursos públicos federais, estaduais e municipais, foi de R$ 18 milhões. Através de equipamentos eletrônicos em formato de cartão de crédito e pontos de ouvidos, o grupo conseguia transmitir para os concurseiros, em qualquer parte do país, todo o gabarito da prova do concurso que estava sendo realizado. Os valores cobrados para aprovar um candidato era bem alto e o beneficiado com a fraude, após ser aprovado no concurso, pagava ao grupo dez vezes o valor do salário que iria receber.

O delegado Lucas Sá disse que vai ser possível descobrir quem foram as cerca de 500 pessoas que foram aprovadas nos concursos públicos realizados na região Nordeste com a ajuda da organização criminosa. “Essas pessoas possivelmente serão exoneradas de seus cargos”.

PB Agora