Engorda nas praias de João Pessoa

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Tenho observado, visto e ouvido, em diferentes setores da sociedade e nos ambientes que falam de crescimento econômico e social, o quanto a cidade de João Pessoa tem avançado em suas potencialidades, em especial nas áreas do turismo, qualidade de vida e desenvolvimento humano, fazendo com que inúmeros novos habitantes passem a buscar moradia na Capital paraibana.

 

Essa realidade vai ao encontro dos resultados iniciais do Censo 2022, realizado pelo IBGE. O levantamento mostrou que João Pessoa foi a cidade que apresentou maior crescimento populacional, entre as capitais do Nordeste. É também a quarta no País. São dados que refletem preocupações, especialmente, em relação às condições habitacionais, mobilidade urbana e racionalidade nos equipamentos adequados para a convivência social.

 

Outro dia, o prefeito da Capital, Cícero Lucena – durante encontro com os jornalistas da Abrajet-PB, fez referências ao momento de expansão da cidade e apresentou soluções viáveis aos questionamentos ali colocados, e com certeza, na mesa, a polêmica questão do alargamento de grande parte da orla marítima de João Pessoa, projeto que, por enquanto, ficará suspenso pelo próprio edil, em recente decisão, face às preocupações de pesquisadores ligados à área ambiental e à forte reação de setores oposicionistas.

 

Acho que é necessário o reordenamento nas areias e estabelecimentos comerciais na praia do Cabo Branco. E penso na viabilidade dos estudos para engorda em outros pontos da orla de João Pessoa. Há exemplos em outros estados do Brasil, onde as intervenções foram bem sucedidas. Não devemos buscar apenas a negatividade. Pelo que pude ver, em Fortaleza, a reordenação em toda a extensão da avenida Beira-Mar, especificamente no trecho da praia de Iracema – onde está sendo edificado um aquário, foi bem sucedido, e transformou o ambiente com instalação de equipamentos de lazer, restaurantes, feirinha de artesanato e áreas para eventos e esportes.

 

Apesar dos projetos e das promessas, é sabido que as avenidas da beira-mar de João Pessoa, mais precisamente no trecho entre as praias de Cabo Branco, Tambaú e Manaíra, concentram inúmeras atividades de lazer, com forte apelo nos setores de turismo e hotelaria, além de várias outras voltadas à gastronomia, em meio às residências e os quiosques à beira mar. São ambientes que expressam manifestações culturais, artísticas, esportivas, políticas e pelo comércio de produtos e serviços.

 

Nos últimos anos não verificamos intervenções mais ousadas, a exemplo do trevo de Mangabeira e do viaduto do Geisel – estas feitas pelo Governo do Estado, que possam minimizar os reflexos decorrentes do aumento populacional e do fluxo de veículos nas principais ruas da cidade. Pelo contrário, na gestão anterior foram feitas gambiarras e desvios de ruas que tornaram o trânsito da cidade ainda mais caótico. João Pessoa precisa de desapropriações, alargamentos das principais avenidas, aberturas de novos corredores de acesso e pelo menos uns cinco viadutos para desafogar os pontos de gargalos da cidade.

 

Pensar a cidade e projetar as intervenções no atual momento devem ser prioridades do município e, ao que parece, a atual gestão tem afirmado essa convicção, portanto, os projetos e as várias intervenções que estão no papel precisam ser levadas a campo, até porque, estamos no terceiro ano do mandato e o próximo ano será de eleições. É hora de pensar sobre as formas como a população em geral – e os turistas, particularmente – devem usufruir, conviver e realizar as suas atividades nos locais, bem como desfrutarem do tempo que passam ali.

 

As mudanças na infra-estrutura da orla marítima, em especial na avenida beira mar, em toda a sua extensão, precisam ser levadas ao debate com racionalidade, evidentemente com a participação da sociedade e de segmentos técnicos e ambientais da Universidade. O aspecto desenvolvimentista da Capital paraibana requer intervenções, visto que, a demanda por melhores áreas públicas para o lazer e o aumento do incremento turístico e seus reflexos na economia exigem essa constante transformação.

 

Genesio Sousa

Foto: Divulgação/Secom-JP

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