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Cisternas transformam realidade de famílias rurais em Itabaiana

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Cisternas armazenam água e transformam realidade de famílias rurais de Itabaiana

 

Água é vida, é a maior riqueza da nossa gente. Já sofremos muito com a falta dela. Agora a nossa vida vai mudar. A declaração do agricultor familiar José Felipe Sobrinho mostra a realidade de milhares de pessoas que vivem no Semiárido brasileiro e a cada período de estiagem não conseguem satisfazer suas necessidades de acesso à água.

Mas, a partir deste ano Seu José e mais 100 famílias da zona rural do município de Itabaiana vão esperar a chuva de uma forma diferente. É que eles foram beneficiados com a construção de cisternas nos quintais de suas casas e sabem que agora toda água que cair em suas terras será armazenada.

A ação faz parte do Programa Um Milhão de Cisternas – P1MC financiado com recursos do Governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e coordenado no Nordeste pela Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA). Em Itabaiana, a iniciativa dos técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB) possibilitou a construção das cisternas no município.

Segundo o coordenador do Conselho Municipal do Desenvolvimento Rural Sustentável do Município de Itabaiana, José Rodolfo Felipe da Fonseca, não se tinha conhecimento do programa até o inicio deste ano, quando foi firmada parceria com a Emater, responsável pela indicação e articulação com a Asa e a entidade executora no agreste paraibano, a Pastoral do Migrante, localizada em Campina Grande.

Para participar dos fóruns mensais promovidos pela Pastoral foi montada uma comissão municipal e devido a ativa assiduidade o município, que só iria receber as cisternas em 2011, foi contemplado já este ano. “A mobilização e participação de Itabaiana nas reuniões mostrou a vontade do seu povo em receber estas cisternas que já estão em fase de finalização em três comunidades rurais do município: Cariatá, Lagoa do Rancho e Riacho do Mogeiro. Essas cisternas abriram janelas e os beneficiados são só alegria”, destacou Rodolfo.

Uma prova é a agricultora Terezinha Ribeiro Felipe. É tanta felicidade que ela chega a não acreditar que possui uma cisterna ao lado da sua casa. “Todo dia que eu dou uma voltinha na minha cisterna para acreditar que ela tá lá. Todo mundo que chega aqui em casa eu vou mostrar. Não vejo a hora de começar a chover para ver ela cheia”, disse.

 

Seleção

 

Infelizmente nem todas as famílias rurais do município foram beneficiadas com as cisternas. A seleção, de acordo com o articulador do projeto, em Itabaiana, Fernando Xavier Pereira, é feita com base em alguns critérios: mulheres como chefes de família, números de crianças e idosos na residência, portadores de necessidades especiais e dificuldade de acesso à água.

Mas, no que depender de Dona Terezinha, ninguém vai ficar sem água potável. “Se alguém não tiver uma cisterna em sua casa e chegar me pedindo um pouco de água eu dou. Dois filhos meus, que ainda não tem cisterna, que vão pegar água aqui quando precisar” assegurou.

 

A captação da água

 

As cisternas construídas pelo P1MC podem armazenar até 15 mil metros cúbicos de água da chuva, quantidade suficiente para abastecer uma família de cinco pessoas por um período de seis a oito meses.

O técnico do escritório da Emater em Itabaiana, Alexandre Soares da Silva, explica que o P1MC é um programa de tecnologia simples, adaptável a qualquer região. “Esse reservatório armazena a água da chuva colhida nos telhados das casas. Ele consegue suprir a necessidade das pessoas de ter água para beber, cozinhar e escovar os dentes nos meses de escassez de chuva na região”.

A água de boa qualidade traz benefícios tanto para os adultos como para as crianças, pois além de melhorar a saúde, evita as longas caminhadas em busca do que beber.

O presidente da Associação Comunitária de Lagoa de Cariatá, José Alves Aragão, lembra dos anos que ele, sua mulher e seus filhos tinham de ir buscar água, na maioria das vezes sem qualidade, em reservatórios distantes. “A dificuldade era grande, a água era longe, salobra e não tinha transporte. A gente trazia em curetas nos animais e cansamos de voltar para casa sem água, porque não encontrava ou derramava no caminho. Sem falar que muitas vezes a gente tinha de beber a mesma água que os animais usavam. Era triste”.

 

Diferencial social

 

O grande diferencial do Programa está no seu processo de construção. É compromisso da família beneficiada cavar o buraco onde será construída a cisterna. Para isso forma-se uma espécie de mutirão da solidariedade. “Se junta quatro ou cinco homens, um de cada família para fazer os buracos. Eles cavam um a um. Com todo mundo unido o trabalho termina mais rápido e dá tudo certo”, contou José Aragão.

Durante a construção, as famílias participam de cursos de capacitação sobre cidadania, gerenciamento de recursos hídricos, recursos públicos, administração financeira e da construção de cisternas. “Essas famílias aprendem a maneira correta de usar a água da cisterna. A bomba externa contida na cisterna serve principalmente para que não haja contato com a água, evitando dessa maneira a contaminação”, afirmou o técnico Alexandre Soares, acrescentando que todo o processo, desde a articulação até a execução, é acompanhado de perto por uma comissão da Emater.

 

Nova realidade

 

Hoje, com a construção dessa nova forma de armazenamento da água da chuva, os agricultores familiares não vão precisar percorrer longos caminhamos em busca do bem básico para sua sobrevivência. Muitos deles já pensam em usar esse tempo para investir em outras atividades agropecuárias e aumentar a sua produção. Outro beneficio trazido foi menor índice de evasão escolar das crianças e as mulheres rurais já estão envolvidas em outras iniciativas, que não se resume aos cuidados da casa.Muito mais do que armazenar água, essas cisternas representam uma nova realidade para as famílias rurais do Semiárido paraibano.

 

 

 

 

Secom PB

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