Depois de dizer que “não é ninguém para julgar um homossexual”, o papa Francisco deu mais um sinal de que deseja aproximar a Igreja Católica de pessoas com orientação sexual até então condenada pela instituição. O Vaticano encaminhou a dioceses de todo o mundo um questionário com perguntas sobre o casamento gay e a adoção por casais homossexuais. Bispos e párocos devem dar opiniões sobre o tema que deverá ser discutido em um sínodo (reunião de membros de arquidioceses) em 2014.
Sobre o casamento gay, a Igreja pede aos chefes locais que respondam “que atenção pastoral pode ser dada às pessoas que escolheram viver nestes tipos de união”. Já o tema da adoção de crianças por casais homoafetivos é tocado na seguinte pergunta: “No caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, o que é que pode ser feito, do ponto de vista pastoral, à luz da transmissão da fé”?
O questionário enviado aos bispos no último dia 18 pergunta ainda se “existe uma lei que reconheça a uniões civis entre pessoas do mesmo sexo e que as equipare de algum modo ao casamento” e “qual a atitude das pessoas e, em particular, das Igrejas em relação ao Estado, enquanto promotor das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, e às pessoas envolvidas neste tipo de união”.
A pesquisa enfoca ainda outros temas controversos para a Igreja, o aborto e o divórcio
De acordo com a publicação inglesa National Catholic Reporter, que divulgou as informações do questionário, posteriormente confirmadas pelo Vaticano, o sínodo deve ser convocado pelo papa Francisco em outubro de 2014.
Após JMJ, Papa disse que Igreja está “obcecada” com casamento homossexual
Em uma entrevista ainda no avião na viagem de volta à Roma após a Jornada Mundial da Juventude realizada em julho no Rio, o papa Francisco declarou que “se uma pessoa homossexual é de boa vontade e está à procura de Deus, não sou ninguém para julgá-la”.
Em uma entrevista publicada no mês seguinte por uma revista católica, o papa foi além dizendo: “Deus quando olha para uma pessoa homossexual, aprova a sua existência com afeto ou rejeita, condena [essa pessoa]? (…) Deus, na criação, tornou-nos livre. A interferência espiritual na vida pessoal não é possível”, disse Francisco.
Sobre a obsessão da Igreja com a homossexualidade, o papa declarou: “Não podemos insistir somente sobre questões ligadas ao aborto, ao casamento homossexual e uso dos métodos contraceptivos. Isto não é possível. Eu não falei muito destas coisas e censuraram-me por isso. Mas quando se fala disto, é necessário falar num contexto. De resto, o parecer da Igreja é conhecido e eu sou filho da Igreja, mas não é necessário falar disso continuamente”.
ODia
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