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No Dia Mundial da Água, debates no planeta

Definida no Aurélio apenas como “líquido incolor e inodoro, composto de hidrogênio e oxigênio”, a água acaba passando desapercebida no cotidiano como uma das substâncias mais importantes do planeta. Além de ser o principal constituinte do corpo humano, a famosa H20 é responsável pela vida de quase todas as espécies da Terra, além de atuar na regulação da temperatura da mesma. Neste domingo, comemora-se o Dia Mundial da Água. E não há motivos para celebrar. Em várias partes do mundo, as pessoas estão sem acesso adequado à água. E o quadro só tem piorado com o passar dos anos.

Segundo dados da Unesco, a África é o continente onde o problema é maior. São 340 milhões de pessoas sem acesso a água potável e 500 milhões sem saneamento básico adequado. Isto sem contar que essa situação pode se agravar ainda mais com os problemas ambientais enfrentados pelo planeta, como a poluição e o aquecimento global.

Segundo o Greenpaece e as Nações Unidas, existe uma necessidade iminente de se proteger os oceanos. Atualmente, apenas 1% das áreas oceânicas do planeta está protegido nas chamadas AMPs (Áreas Marinhas Protegidas). A ONU defende que este número tem de subir para 30% a longo prazo. O Greenpeace vai mais longe, declarando uma necessidade de proteger 40% das áreas marinhas do planeta. Dados bem altos para uma humanidade que parece não ter noção da dimensão do problema.

– Posso dizer que a situação da água no mundo é extremamente preocupante. Já há várias áreas do planeta onde a água está escassa, devido à poluição e ao esgotamento das fontes naturais – alerta o diretor/presidente do Instituto Brasil PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Haroldo Lemos. – Segundo dados da ONU, em 2023 já teremos cerca de 23 países sem água.

Prenúncio de guerra

Com a falta de água no mundo, a poluição dos mares, lagos e rios e o agravamento das mudanças climáticas, é esperado que se forme uma tensão entre alguns países à respeito do tema. Tal problema poderia desencadear até um conflito bélico, na visão de estudiosos e pessoas diretamente ligadas ao assunto.

– É perfeitamente possível que um dia tenhamos uma guerra por água. A própria ONU já admitiu isso – comentou Haroldo Lemos. – Outra coisa que pode acelerar este processo é o fato de todos os modelos matemáticos dizerem que, no futuro, teremos mais chuvas nas regiões temperadas e menos nos trópicos. Ou seja, os países menos desenvolvidos podem ter menos água ainda e isso pode gerar um conflito.

Esta semana, foi realizado, em Istambul, o Fórum Mundial da Água. Dele participaram autoridades e representantes de entidades competentes de diversos países. Um dos representantes brasileiros foi José Machado, presidente da Agência Nacional de Águas. Apesar das trocas de experiência e cooperação, o encontro serviu para deflagrar a enorme diferença na questão da água entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento.

– Existem países que estão em posição de vanguarda, como Espanha e França. A União Européia como um todo está muito bem, assim como a Austrália. O Brasil está nesse batalhão de vanguarda, embora ainda enfrentemos problemas – opinou o presidente, que confirmou que a África e parte da Ásia são as zonas mais críticas do planeta.

JB Online
 

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