Categorias: Saúde

Genéricos caem no gosto popular

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Brasileiros deixam de gastar R$ 15 bi com medicamentos de marca. Na média, os substitutos são 50% mais baratos

Desde o surgimento dos genéricos no Brasil, em 2001, os consumidores economizaram cerca de R$ 15 bilhões com esses medicamentos. Em média, esses produtos custam 50% mais barato que as marcas de referência, segundo pesquisa da Pró Genéricos, associação dos fabricantes do setor. Exemplo clássico é o Viagra, uma das drogas mais conhecidas do mundo, criada para tratar a impotência masculina. Um comprimido custava de R$ 30 a R$ 35. Quando seu genérico pôde ser desenvolvido, o preço caiu para R$ 15 e, logo depois, despencou. Hoje, pode ser encontrado entre R$ 5 e R$ 10.

“O genérico já começou derrubando o valor em dois terços”, disse Odnir Finotti, presidente da entidade. Segundo o estudo, desde 2003 o setor experimentou seu melhor desempenho(1), em volume de vendas, ao apresentar no primeiro semestre de 2010 crescimento de 34,1%, na comparação a igual período de 2009. O faturamento chegou a R$ 2,8 bilhões, um salto de 38,1% sobre o ano passado. São números significativos que refletem, na avaliação de Finotti, o resultado do aumento da renda da população, do nível de emprego e do sucesso dos projetos sociais do governo. “Os medicamentos ficaram acessíveis e muito mais brasileiros passaram a cuidar da saúde.”

Ao verificar o preço de alguns produtos, o Correio constatou que os de marca podem custar até cinco vezes mais. A caixa de 28 comprimidos de 20mg do Prozac, por exemplo, é vendida entre R$ 144,10 e R$ 150. O fluoxetina, genérico do medicamento, pode ser encontrado por R$ 35 a R$ 40. O mesmo acontece com a caixa com 30 comprimidos de Tandrilax, que sai por R$ 32 a R$ 36, mas, se substituído pelo paracetamol, custará entre R$ 25 e R$ 26,30. A Neosaldina, caixa com 20 comprimidos, varia de R$ 14 a R$ 16. Mas seu correspondente, a dipirona sódica, pode sair por R$ 11,30 a R$ 13.

Aprovação

Os genéricos caíram no gosto popular. A servidora pública Lara Guerreiro, mãe de uma menina de dois anos, disse que ganha em apenas um remédio para a filha, indicado para refluxo, uma diferença de 30%. “Em um outro remédio para estômago, de R$ 100, consigo a cartela por apenas R$ 10. Um negócio espantoso”, admirou-se Lara. A também servidora Patrícia Proença, com três filhos pequenos, não abre mão dos mais baratos. “Ganho até 50% por mês. Pena que nem todos os de que preciso têm o substituto genérico”, lamentou. O aposentado Aguimar Borges também só consegue um dos remédios mais em conta. “Gasto quase R$ 200 por mês. Se todos fossem genéricos, eu com certeza abateria aí uns 60%.”

Fran Barbosa Feitosa, babá que trabalha na Asa Sul, cada vez que recebe uma receita, olha o nome na fórmula. “Para o pobre, é a saída. Compro sempre o mais barato, é lógico.” Alexandre Leal, funcionário público, contou que faz uma pesquisa. “Tem que olhar bem. Às vezes, os preços são bem parecidos. Mas tem hora que a diferença é gritante.” Algumas pessoas, no entanto, ainda resistem aos encantos dos genéricos. A aposentada Gleide Galvão diz que não confia na eficácia deles. “Bem, tenho dúvidas se vai realmente fazer o mesmo efeito. Já me contaram que passaram até mal”, relatou.

O aposentado Aguimar Borges não tem dúvida sobre o benefício:

O aposentado Aguimar Borges não tem dúvida sobre o benefício: “Gasto quase R$ 200 por mês. Se todos fossem genéricos, abateria aí uns 60%”
Finotti reconhece que a desconfiança já foi maior. “Em 1999, as pessoas perguntavam por que eram 50% mais baratos, se eram tão bom quanto os de marca. Porém, 10 anos depois, confirmaram que o preparo do genérico não é só uma cópia. Tem que ter qualidade e atender os requisitos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que fiscaliza o setor).” Ele garante que hoje 90% dos remédios têm o correspondente.

1 – Fatia crescente

Caso seja mantido o aumento da demanda pelos genéricos, os fabricantes devem fechar este ano com alta de 30% nas vendas. Na previsão da Pró Genéricos, associação do setor, as empresas vão investir na ampliação da capacidade produtiva e na contratação de pessoal. Pesquisa da entidade destaca que, em unidades, esses medicamentos já aumentaram sua fatia de mercado de 18% para 20,5% no primeiro semestre.

Seis meses para as gestantes

O Senado Federal aprovou ontem, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição que garante a ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses. A PEC 64/07, de autoria da senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), recebeu 62 votos favoráveis e nenhum voto contrário. O texto estende a todas as trabalhadoras o benefício que havia sido concedido pela Lei 11.770/08 às funcionárias das companhias que aderissem ao Programa Empresa Cidadã. Pela lei, originada de projeto da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), as empresas que aderissem ao programa ampliando a licença-maternidade para seis meses teriam benefícios fiscais, como deduções no Imposto de Renda.

A PEC foi aprovada em primeiro turno no esforço concentrado de julho. Ontem, na votação em segundo turno, o resultado foi comemorado pelos senadores e pelo público presente nas galerias do plenário. A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, interrompeu a campanha eleitoral para reassumir o mandato de senadora e votar favoravelmente à aprovação da proposta. A matéria vai agora para a Câmara dos Deputados, onde pode ser analisada em conjunto com outro projeto, da deputada Ângela Portela (PT-RR), de mesmo teor e pronto para votação em plenário — a decisão depende apenas do presidente da Casa, deputado Michel Temer (PMDB-SP).

Resistência

Se for aprovada também pelos deputados, todas as mulheres passarão a ter direito a 180 dias de licença do trabalho depois de dar à luz, e não mais 120 dias, como prevê a lei atual. Rosalba Ciarline, que era médica pediatra antes de tornar-se senadora, avalia que o setor privado não deve oferecer resistência à ampliação do prazo. Segundo ela, experiências recentes mostram que as mães que gastam mais tempo com seus bebês são mais produtivas quando retornam a seus empregos. Além disso, a taxa de natalidade em queda, hoje no patamar de 1,9 filho por casal, contribui para ganhar a simpatia dos empresários. Segundo Rosalba, o prazo de seis meses de amamentação garante mais saúde ao recém- nascido, um bom argumento a favor da redução das faltas das mães ao trabalho.

 

Correio Braziliense

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