Categorias: Saúde

Condutores de carros automatizados prestam menos atenção na estrada

PUBLICIDADE

Carros automatizados proporcionam conforto, e a expectativa é de que eles também propiciem segurança. Com menos um procedimento para se preocupar, o motorista pode focar no trânsito. Cientistas americanos, porém, constataram que pode ocorrer exatamente o contrário. Em testes com voluntários, eles perceberam que os condutores de carros automáticos prestam menos atenção nos perigos da estrada e, quando se forçam a fazer, ficam mais estressados. Segundo os autores do estudo, publicado na revista Human Factors, o resultado poderá contribuir para melhorar a segurança do tráfego.

 

 

Os sistemas modernos de automação de veículos são projetados para manter segurança por meio do controle da velocidade, considerando o avanço do veículo na estrada, sem a necessidade de direção manual. “Com tantas vantagens, pensamos que, para compensar esses ganhos, os motoristas permaneceriam vigilantes, monitorando continuamente a pista e reconquistando o controle de seu veículo em caso de necessidade. A questão é que pesquisas mostram que a capacidade de uma pessoa permanecer vigilante diminui conforme a necessidade”, detalha, em comunicado, Eric Greenlee, professor-assistente de psicologia de fatores humanos na Universidade de Tecnologia do Texas, e um dos autores do estudo.

 

Para avaliar a vigilância durante a direção automatizada, Eric Greenlee e colegas pediram a 22 jovens adultos que dirigissem um veículo do tipo por 40 minutos. Na simulação, os voluntários também tinham que observar os veículos parados nos cruzamentos e identificar aqueles que estavam posicionados em segurança. Para denunciar os veículos considerados perigosos, os participantes tinham que pressionar um botão localizado no volante.

 

Os voluntário detectaram 30% menos riscos no fim do percurso do que no início. Segundo os cientistas, também houve tendência a reagir mais lentamente aos perigos à medida que o teste foi chegando perto do fim. Em um questionário pós-tarefa, os motoristas relataram que a combinação de tarefas foi difícil e estressante. “A expectativa de que um motorista humano fornecerá supervisão confiável e atenta durante a automação do veículo é insustentável. O monitoramento de falhas de automação pode ser bastante exigente e estressante, sugerindo que a automação do veículo não garante experiência de condução fácil ou despreocupada”, ressalta Eric Greenlee.

 

Para os autores, a falta de atenção constatada no experimento sinaliza a necessidade de maior fiscalização no tráfego. “Essas conclusões devem ser uma preocupação focal de segurança no desenvolvimento da automação de veículos”, defende o professor americano. “Queremos que pesquisadores de outras áreas relacionadas, desde a área mecânica à neurológica, possam investigar ainda mais a relação entre o carro e o comportamento cerebral humano.”

 

Para Theo Marins, doutorando em neurociência pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Instituto D’Or, a pesquisa traz dados extremamente interessantes que mostram como a neurociência e o comportamento humano são importantes nas mais diferentes áreas. “É uma área de pesquisa bastante factual, porque tem influência sobre o nosso futuro. Ela fala sobre uma tecnologia que depende menos dos humanos e que, provavelmente, utilizaremos bastante. Para isso, temos que saber como o nosso cérebro funciona nessas situações”, frisa.

 

O especialista ilustra como os resultados do estudo americano podem se encaixar em outra atividade cotidiana, como assistir a um filme chato. “A pessoa não consegue prestar atenção em nada que acontece. Ocorre o mesmo quando um motorista dirige esse tipo de carro por algum tempo. Ele perde o interesse. Não sabemos se isso é porque o cérebro se acomoda. É algo que ainda precisamos entender.”

 

Por isso, defende Theo Marins, trabalhos como o americano precisam ser conduzidos e aperfeiçoados. “Vemos que, para construir carros projetados para o homem, não podemos ficar só focados na engenharia, na matemática e na física porque questões sobre a atenção são essenciais para a segurança. É uma prova de como cada vez mais especialistas de áreas distintas precisam se reunir para trabalhar em busca de melhores resultados.”

 

“Queremos que pesquisadores de outras áreas relacionadas, desde a área mecânica à neurológica, possam investigar ainda mais a relação entre o carro e o comportamento cerebral humano”

 

Redação

 


Leia mais notícias sobre o mundo jurídico no Portal Juristas. Adquira seu certificado digital E-CPF ou E-CNPJ com a Juristas. Entre em contato através do WhatsApp (83) 9 93826000

 

PUBLICIDADE

Últimas notícias

Espaço tem! Secretário do Esportes endossa nome de João para o Senado e diz que PP/Republicanos e PSB ‘só brigam se quiser’

Em meio a especulações sobre alianças e autonomia partidária, o governador da Paraíba, João Azevêdo…

25 de abril de 2024

Caso PT fique fora, Marcos Henriques não descarta apoio a Cícero no 2º turno em JP

Apesar de defender uma candidatura própria do PT nas eleições em João Pessoa, o vereador…

25 de abril de 2024

Contrário ao aumento de 37% no salário dos vereadores de CG, parlamentar doará reajuste caso reeleito: “Cafagestagem”

Ao PB Agora, o vereador Napoleão Maracajá explicou sua posição em relação ao voto contrário…

25 de abril de 2024

João Azevêdo contempla 548 atletas, paratletas e técnicos com o programa Bolsa Esporte

O governador João Azevêdo anunciou, nesta quinta-feira (25), os atletas contemplados na edição 2024 do…

25 de abril de 2024

Usuários do transporte público terão wi-fi gratuita no Terminal do Valentina, em JP

Seguindo com investimentos em tecnologia em prol dos passageiros do transporte público de João Pessoa,…

25 de abril de 2024

Prefeito de Patos Nabor Wanderley tem 120 dias para rescindir contratos de MEIs

A 2ª Câmara do Tribunal de Contas da Paraíba deu à Prefeitura de Patos o…

25 de abril de 2024