Tosse seca, chiado no peito, dificuldade para respirar e desconforto torácico. Esses são alguns dos sintomas da asma, doença inflamatória crônica das vias aéreas, que atinge 10% da população e pode levar à morte. Dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) apontam que duas mil pessoas morrem por ano em decorrência do transtorno quando não é tratado da maneira correta. Pneumologista do Hapvida Notredame Intermédica, Walter Netto alerta que a doença não pode ser negligenciada, o que acontece recorrentemente.
Isso porque a doença não tem cura, mas a falta de sintomas pode levar o asmático a acreditar em uma ‘falsa cura’, que compromete o tratamento. O especialista explica que mesmo nos períodos em que há remissão da doença, com longos intervalos das crises, é preciso manter os cuidados e o acompanhamento com o médico.
A falta de conhecimento e tratamento errado ainda são comuns entre os brasileiros, que alimentam mitos como da cura e de que a ‘bombinha’, equipamento utilizado no tratamento, pode viciar. Com a intervenção adequada, a maioria das mortes poderia ser evitada. Ao ignorar os sintomas e até a doença, a chance do aumento de crises e do agravamento é maior.
“O asmático, quando não está com o quadro controlado, tende a ter limitação em atividades de esforço, e mesmo em repouso, nos casos de exposição a estímulos que podem desencadear uma crise. Quando há agravamento da doença, há constrição dos brônquios e bronquíolos, que são tubulações por onde passam o ar, e podendo haver até queda na saturação e morte”, relata o profissional.
Walter Netto orienta que, na presença de sintomas respiratórios, é fundamental procurar um pneumologista para trazer esclarecimentos, fazer o diagnóstico e indicar o tratamento adequado. Ciente da condição, o cuidado é para a vida inteira. Ele cita algumas medidas necessárias. “O controle ambiental é importante, assim como evitar exposição a estímulos alérgicos; o ambiente deve estar sempre limpo e com o mínimo de mofo, poeira e ácaros, que podem agravar o quadro”, detalhou.
Mais dados – Estudos revelam que, em 75% dos casos, a asma está relacionada à rinite alérgica. Por isso, a Associação alerta que indivíduos com rinite têm maior risco de desenvolver asma, do que aqueles que não têm. Mais comuns do que a asma, as alergias afetam 30% dos brasileiros, conforme a Asbai.
PB Agora
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