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Só falta Eros Grau

Os adversários podem acusar Maranhão de tudo, menos de uma coisa: ingratidão. Não é à toa que o governador peemedebista tem, regularmente, premiado pessoas diretamente ligadas ao processo de cassação do ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB). E feito do Diário Oficial do Estado uma verdadeiro memorial em homenagem aos algozes do tucano.

Quero crer que algumas dessas pessoas nem tenham feito o pedido de recompensa diretamente. E que Maranhão tem feito o agrado porque é um homem de gestos. Surpreende, no entanto, que isso tenha sido feito com tanta rapidez, menos de um mês de governo, quando todos os olhos estão voltados para as nomeações, e com tanto despreendimento.

Primeiro, foi a defensora pública-geral, Fátima Lopes, juíza substituta que atuou no caso contra Cássio e acabou nomeada para um cargo de chefia no novo governo. Não que fosse privada de competência para tal. Mas eticamente deveria ter assumido apenas um dos dois papéis.

O mesmo aconteceu com o filho do juiz Nadir Valengo, sobre a qual recaíram ações de suspeição na época da cassação de Cássio. A história de Valengo ainda é mais absurda. Ele era o advogado da família Targino Maranhão. Por mais inteligente, embasado e ético que seja, como é que Valengo poderia julgar com imparcialidade um processo de cassação contra o principal adversário da família Maranhão?

Pela firmeza e disposição em continuar no processo, já que ele próprio poderia se averbar suspeito, Valengo viu sua cria ser premiada com cargo comissionado no Governo Maranhão III. E no gabinete do governador. Ora, Valengo votou pela cassação de Cássio. Na verdade, é muito pouco pelo que fez. Teve ainda a história da mãe do procurador Guilherme Ferraz, nomeada para cargo na Educação do Estado. O procurador alegou que sua madre é funcionária antiga. E a coisa passou.

O fato é que ninguém sofre num governo marcado pela gratidão.

Não que isso influa ou diminua o peso da decisão da Justiça eleitoral paraibana, que tem a favor de si uma reafirmação unânime da cassação no Tribunal Superior Eleitoral. Mas é que no devido processo legal, como bem conhecem nossos julgadores, existe algo que se chama de evidências. E a nomeação diária de pessoas ligadas à cassação de Cássio no governo Maranhão III provoca, no mínimo, suspeitas. 

 

Soltas

assumindo – O deputado federal Luiz Couto, presidente estadual do PT, foi escalado para acompanhar o prefeito Ricardo Coutinho nas agendas pelo interior do Estado. Enquanto isso, o vice-governador Luciano Cartaxo (PT) viaja sozinho.

assumindo II – Nesta sexta, Couto inaugura a série de viagens acompanhado Ricardo em Cajazeiras. E dividindo assentos no mesmo avião.

escolinha – Na Câmara Municipal de João Pessoa, os vereadores Fernando Milanez (PMDB) e Tavinho Santos (PTB), líder do prefeito, têm patrocinado uma disputa ferrenha. Trata-se da cadeira no canto direito do plenário. Eles têm chegado de 6h30 para conseguir o lugar vazio. Em 2010, vão disputar coisa mais importante.

trabalhando – O superintendente do Sebrae-PB, Júlio Rafael, já anda pedindo votos para disputar uma vaga na Câmara Federal em 2010. É um empreendimento em tanto.

 resposta pronta – O presidente do TCE, conselheiro Nominando Diniz, já tem resposta pronta para o governador José Maranhão (PMDB) em caso de acusação de que o Tribunal poderia ter errado ao aprovar as contas de Cássio, incluindo gastos com sanemanto básico como investimentos na saúde pública. Maranhão, nos governos anteriores, inseriu até construção de açudes como gastos da saúde.

 

 


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