No que definiu como um “conversa ampla, amigável e fraterna”, o governador de São Paulo, José Serra, teve um encontro com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, nesta sexta-feira, e discutiu a crise internacional. Para ele, as questões comerciais entre os dois países são secundárias no momento, referindo-se às medidas tomadas pelo governo vizinho para restringir a entrada de produtos importados .
Segundo Serra, assunto mais importante deveriam ser, por exemplo, as práticas da China, com câmbio “excessivamente desvalorizado e práticas desleais de comércio, como superfaturamento das exportações”.
Cristina chegou ao Palácio dos Bandeirantes por volta das 19h05 e saiu às 20h20, sem conversar com a imprensa. Mais cedo, após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela defendeu as medidas tomadas por seu governo para o comércio exterior e argumentou que o déficit na balança comercial entre os dois países justifica as decisões.
“Fiquei otimista pela postura dela (Cristina). Realmente é uma postura de entendimento muito importante para o Brasil, inclusive para São Paulo, que é o principal parceiro comercial da Argentina”, disse o governador de São Paulo.
Sobre a crise, Serra afirmou que o País adotou tardiamente medidas na área monetária, de facilitar o crédito.”O Brasil tinha outros fatores que protegiam da crise. No entanto, pela vulnerabilidade da política monetária, acabamos tendo impacto muito forte no emprego”.
O governador criticou o Banco Central do País, por se encontrar apenas a cada 15 dias para abordar temas como a política de juros “como se estivéssemos em tempo de normalidade”.
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