Depois de duas semanas de recesso, o Senado retoma suas atividades nesta segunda-feira (3) em crise e com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética. São 11 pedidos de investigação contra o presidente da Casa no colegiado, que realizará reunião nesta quarta-feira (5). Também terá espaço na semana a CPI da Petrobras, que na quinta-feira (6) tem a primeira sessão para a votação de requerimentos.
O período de folga dos senadores acabou servindo para ampliar a pressão contra Sarney. A divulgação de gravações que ligam o presidente do Senado aos atos secretos, entre outras denúncias, terminou por contaminar ainda mais o clima na Casa. Diversos senadores pedem a saída de Sarney do cargo e alguns já começam a especular nomes para a sucessão.
No Conselho de Ética, seis denúncias apresentadas pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) e cinco representações apresentadas por partidos, três do PSDB e duas do PSOL, pedem investigações contra o presidente da Casa por suspeita de quebra de decoro parlamentar. O presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ), aliado de Sarney, comandará a reunião de quarta-feira e terá de decidir sobre o arquivamento das denúncias ou a abertura de processos. Duque poderá também unificar algumas das denúncias e representações.
Sarney, no entanto, não é o único senador no Conselho de Ética. O PSOL já havia apresentado uma denúncia contra o ex-presidente da Casa e atual líder do PMDB, Renan Calheiros (AL). A fila de denunciados deve crescer nesta semana. Calheiros já anunciou que irá pedir investigação contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no colegiado. O tucano também cogita levar ao Conselho o líder do PMDB.
Na área administrativa, o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, deverá divulgar nesta semana o relatório final da comissão que analisou os atos secretos. O relatório deve propor a demissão de servidores e a anulação de atos.
Em meio ao clima de disputa partidária, outra linha de investigação disputará os holofotes no Senado. A CPI da Petrobras tem marcada para quinta-feira (6) a primeira sessão de votação de requerimentos. Instalada depois de muitas disputas entre governo e oposição, a comissão deve ser palco de debates acalorados.
Câmara
Na Câmara, as denúncias contra parlamentares também devem ter destaque. Está nas mãos do corregedor da Casa, ACM Neto (DEM-BA), o relatório da sindicância que investigou a “farra das passagens”. O relatório recomenda a abertura de processos administrativos contra 44 servidores e ex-servidores da Casa.
Caberá agora a ACM Neto analisar se há indícios de envolvimento de parlamentares com o esquema de venda de passagens. O corregedor já afirmou considerar quebra de decoro parlamentar se algum deputado vendeu passagens de sua cota.
G1
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