Categorias: Política

Rejeição I: procurador do MPE nega inclusão de certidão do TCE

PUBLICIDADE

Procurador do MPE não constata assinatura de Nominando Diniz e Corte rejeita inclusão de certidão do TCE que aprova contas de Cássio

A inclusão da certidão do Tribunal de Contas do Estado que versa sobre a regularidade dos gastos com a mídia institucional em 2006, no Governo Cássio, foi rejeitada, na tarde desta segunda-feira (26), pelo procurador do Ministério Publico Eleitoral, Werton Magalhaes.

Conforme Werton, o pedido de rejeição aconteceu porque as certidões enviadas pelo ex-governador Cássio Cunha Lima não tinham a assinatura do presidente da Corte, Nominando Diniz. Ainda conforme o procurador, nas certidões constam apenas as assinaturas do diretor de Auditoria e Fiscalização, Francisco Lins Barreto Filho e do diretor Executivo Geral, Severino Claudino Neto.

O relator da ação seguiu o entendimento do Ministério Público Eleitoral e não acatou a juntada da certidão do TCE devido a demora da inserção do documento.

Em pronunciamento, o relator esclareceu que o documento deveria ter sido juntado aos autos pelo "maior interessado" e não apenas agora, à pedido do PSDB

A decisão de rejeitar a inclusão da declaração foi acompanhada por unanimidade pelos membros da Corte.

Entenda:

Ação da campanha de 2006

O processo contra Cássio foi proposto pela coligação “Paraíba de Futuro” e pelo vice-governador Luciano Cartaxo, pela prática de conduta vedada e abuso de poder econômico. O argumento é que ele teria autorizado a realização de publicidade em valores muito superiores ao limite estabelecido no artigo 73, VII, da Lei 9.504/97.

Textualmente a lei afirma que “são proibidas aos agentes públicos, realizar em ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos, que excedam a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou do último ano imediatamente anterior à eleição”.

A coligação “Paraíba de Futuro” sustenta, com base na perícia contábil, que o governo da Paraíba, sob o comando de Cássio, gastou R$ 7 milhões a mais que média dos três anos anteriores. Os valores apurados pela perícia mostram que em 2003 foram R$ 6.419.010,04; em 2004 foram R$ 16.097.442,42 e em 2006 os gastos somaram R$ 24.614.344,54. A média dos três anos foi de R$ 15.710.265,67. O detalhe é que, somente nos seis meses de 2006 (janeiro a junho), foram gastos com publicidade R$ 22.251.038,45. Portanto, muito mais do que a média dos últimos três anos.

Para o Procurador Regional Eleitoral, Werton Magalhães, não há como contestar os números. “Trata-se de questão matemática, ou seja, se a soma dos valores despendidos com publicidade institucional da administração direta e indireta excedem a média dos três anos anteriores, houve, necessariamente, a infringência do artigo 73, VII da Lei 9.504/97”.

Crime não teria acontecido

Os advogados de Cássio contestam os números e afirmam que o Tribunal de Contas do Estado já atestou a regularidade dos gastos com publicidade em 2006. Eles apresentaram uma certidão do TCE informando que no ano eleitoral de 2006, o governo do estado gastou cerca de R$ 13,1 milhões.

A defesa pediu a juntada aos autos da certidão emitida pelo TCE, argumentando que se trata de um documento novo que poderá modificar de forma substancial o objeto da ação. Contratado por Cássio para atuar no caso, o advogado José Eduardo Alckimim, acredita que o ex-governador será inocentado porque o fato criminoso imputado a ele não existe, nunca existiu. Segundo ele, o TCE refez os cálculos e verificou que Cássio não cometeu gastos excessivos com publicidade.

Já os advogados da ação afirmam que a defesa não apresentou nenhum documento novo. “A certidão do TCE tem dados antigos que deveriam ter sido formalizados durante a instrução processual. Os colegas não fizeram a anexação no período adequado”, afirma o advogado Thiago Leite.

Laudo pericial

No parecer que emitiu sobre o processo, o procurador Regional Eleitoral, Werton Magalhães, afirma que a certidão do Tribunal de Contas não pode ser utilizada para afastar a incidência de norma eleitoral, uma vez que não cabe àquela Corte de Contas a aplicação da legislação eleitoral.

“Se é certo que os dados do Tribunal de Contas podem e devem ser utilizados para verificar a incidência das normas eleitorais, por outro lado, não é possível admitir que certidão daquele órgão afaste expressamente a infringência de qualquer norma eleitoral”.

O laudo pericial sobre os gastos com publicidade no processo contra Cássio Cunha Lima tem a assinatura de Clodonilson Oliveira Rocha, contador, registrado no Conselho Regional de Contabilidade do Maranhão. A metodologia e o plano de trabalho que ele usou seguiram as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade, notadamente a Resolução CFC nº 1.021/05.

Aplicação da Lei Ficha Limpa

Para os advogados da coligação “Paraíba de Futuro”, o caso enseja a aplicação da Lei do Ficha Limpa, que vale para as eleições de 2010. “Estamos otimistas de que sejam julgados procedentes nossos pedidos porque houve uma comprovação cabal de que a publicidade institucional do Governo no ano de 2006 assacou a legislação eleitoral”, afirma o advogado Thiago Leite.

Os advogados vão pedir a inelegibilidade de Cássio Cunha Lima por 8 anos, conforme o texto do Ficha Limpa. “Quanto ao fundamento para o pedido de inelegibilidade do ex-governador pelo prazo de oito anos a contar das eleições de 2006, este tem como norte a alínea “h” do inc. I do art. 1º da LC 64/90, modificada pela lei do Ficha Limpa”, afirma o advogado Thiago Leite Ferreira.

Diz a lei, na alínea h, que serão inelegíveis pelo abuso do poder econômico ou político os que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 anos seguintes.

Mesmo tendo sido cassado duas vezes – caso FAC e caso A União – pelo Tribunal Regional Eleitoral, os processos contra o ex-governador Cássio Cunha Lima ainda não transitaram em julgado

 

Redação

PUBLICIDADE

Últimas notícias

Litoral e Agreste da Paraíba estão sob novo alerta de chuvas intensas, segundo previsão do Inmet

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um novo alerta de chuvas intensas para o…

28 de abril de 2024

Sete membros de uma família são detidos por envolvimento na morte de idoso em CG

Sete pessoas de uma mesma família foram presos sob suspeita de ligação com o assassinato…

28 de abril de 2024

Colombianos são detidos por suspeita de extorsão e agressão em João Pessoa

Dois colombianos foram presos nesse sábado (27) sob suspeita de extorsão, ameaças e agressão a…

28 de abril de 2024

Mulher é detida por suspeita de esfaquear companheiro no Sertão da Paraíba

Uma mulher de 24 anos foi detida após supostamente esfaquear seu companheiro, de 34 anos,…

28 de abril de 2024

Ninguém acerta números da mega-sena e prêmio acumula

O concurso 2.718 da Mega-Sena, realizado nesse sábado (27) pela Caixa Econômica Federal, não teve…

28 de abril de 2024

JP: pistola e mais de 80 munições são apreendidas com adolescente infrator

Uma pistola, carregadores alongados, e mais de 80 munições. Foi esse o material apreendido com…

28 de abril de 2024