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População perde a paciência com Gadelha e invade BR em Sousa

Manifestantes pretendem ocupar o DAESA na próxima mobilização

Centenas de pessoas interditaram a BR 230 na cidade de Sousa para reclamarem da má prestação de serviço do DAESA – Departamento de Água e Esgotamento Sanitário – da Prefeitura de Sousa, no sertão da Paraíba. Os protestos foram intensos e a multidão invadiu a BR 230 na parte da tarde nas proximidades do Conjunto Mutirão interrompendo a passagem de caminhões, carretas, ônibus escolares e veículos de pequeno porte.

Os manifestantes conseguiram um carro de som que ficou posicionado no meio da rodovia. Em seguida os líderes da mobilização interromperam a via com pedaços de árvores e pneus velhos, depois atearam fogo. As chamas desceram para o acostamento e ganharam força com a vegetação seca das imediações.

Mais adiante, em frente ao novo campus da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), outro grupo de moradores também incendiou pneus e pedaços de árvores no meio da estrada. Viaturas da Polícia Militar, dos Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal chegaram em pouco tempo ao local do movimento que apresentava filas enormes de veículos ao longo da BR 230.

Moradores do Conjunto Mutirão, Projeto Mariz e Jardim Brasília convivem com a falta de água. Em alguns setores a água não chega às torneiras há mais de duas semanas. O abastecimento de Sousa é de responsabilidade da prefeitura municipal desde a gestão do prefeito Salomão Gadelha, em 2006.

O líder comunitário Manoel do Mutirão disse que a mobilização foi realizada de forma pacífica para chamar atenção das autoridades municipais. “Estamos aqui para cobrar o líquido precioso que a água nas nossas torneiras. Não estamos aqui para fazer vandalismo. Nossa paciência acabou. Se não resolverem o problema da falta de água, nós vamos fazer o próximo protesto na porta do DAESA”.

Manoel do Mutirão lamentou o fato do prefeito de Sousa, André Gadelha, do PMDB, não ter designado ninguém para dialogar com os manifestantes, “o prefeito não enviou ninguém do DAESA para conversar com a gente. Temos a informação que a gerente do DAESA foi para a cidade de Patos. Ele correu com medo, se escondeu. Inventou essa viagem para a cidade de Patos. Vamos ocupar o DAESA na próxima mobilização”.

A dona de casa Maria Auxiliadora da Silva, residente no Conjunto Mutirão na periferia de Sousa, marcou presença na interdição da BR 230 e carregando uma lata vazia na cabeça cobrou providências da prefeitura de Sousa.

“Pelos amor de Deus. Estamos implorando. Há quinze dias que não temos água. Pra lavar uma roupa eu fui pra São Gonçalo. Quero que as autoridades venham fazer alguma coisa por nós. Que pelo menos tenhamos águas duas vezes na semana, que a gente agradece. Tem água em São Gonçalo”, desabafou.

Dona Auxiliadora fez um apelo emocionado ao prefeito de Sousa, André Gadelha que estava em João Pessoa durante o manifesto.

“Esse prefeito, como é que ele faz isso com a gente?. Ele devia também sentir na consciência dele, porque a gente está passando uma grande necessidade. Se ele não fizer alguma coisa, a gente vai pra o DAESA, vai pra prefeitura e depois vamos pra casa dele. Ele tá no bem bom lá. Ele tá na água mineral, está no chuveiro na hora que ele quer. Ele tá na banheira dele e nós estamos aqui sofrendo. Ele não é André. Ele se transformou. Não existe mais coração dentro dele não”, lamentou a manifestante.

PB Agora com informações de George Wagner/Diário do Sertão

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