Logo após o anúncio da escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, nesta sexta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a cidade foi eleita porque apresentou “o coração, a alma e a paixão”, enquanto os outros países apresentaram propostas.
“Ficou muito visível na televisão que Chicago e Tóquio vieram pra cumprir tabela (…) Quem estava aí para votar viu que a gente estava com a alma, com o coração, era o único país que queria de verdade (…) As pessoas vêem isso nos olhos da gente. Essa foi a diferença”, disse, em Copenhague.
“Se eu morresse hoje, morreria feliz”, disse o presidente.
Segundo Lula, o país teve que mostrar competência para provar que era capaz de fazer uma Olimpíada. Para ele, a realização dos Jogos no Rio é uma “retribuição” aos cariocas. “O Rio de Janeiro é uma cidade que ao longo da história perdeu muitas coisas. Eu acho que essa olimpíada é um pouco da retribuição ao povo”, disse, em alusão à violência da cidade.
“O povo é bom, o povo é generoso, eu acho que o Brasil merece. Aqueles que acham que o Brasil não tinha condições vão aprender com a capacidade desse país.”
Questionado se a vitória do Rio de Janeiro foi na verdade uma vitória do presidente brasileiro contra o norte-americano, Barack Obama, Lula disse discordar. “Eu fui um dos companheiros que incentivei o Obama a vir. Eu achava que ia ficar muito indelicado, sou amigo do Obama, sou amigo do Zapateiro [primeiro-ministro espanhol]”, disse.
‘Grandeza econômica’
O presidente disse também que a escolha do Rio mostra que “não há mais dúvida” de que o país tem importância econômica. “Nós conquistamos cidadania absoluta mesmo. Ninguém agora tem mais dúvida da grandeza econômica do Brasil”
Lula agradeceu às pessoas que colocaram “alma” na defesa do Rio, à comitiva brasileira que o acompanhou em Copenhague e citou, em especial, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que discursou mais cedo. Segundo Lula, Meirelles fez “uma defesa extraordinária” anunciando que o Banco Mundial afirmou que, em 2016, o Brasil será a quinta economia do mundo.
G1
