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Opinião: Romero Rodrigues já começa a contabilizar baixas por sua indefinição política

O processo de fritura ao ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD) já foi iniciado na seara oposicionista, em especial à ligada ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). O primeiro golpe recebido pelo ex-gestor partiu do atual chefe do Executivo campinense, Bruno Cunha Lima, também filiado ao PSD.

Cunha Lima, um admirador convicto da agenda mais que conservadora do mandatário do país, exonerou o ex-secretário de Saúde do município, Filipe Reúl; uma indicação de Rodrigues. Já o deputado estadual Walber Virgolino (Patriotas) disparou críticas contra o ex-prefeito da Rainha da Borborema pelo pouco apetite do mesmo em relação à sua consolidação, de fato, como o pré-candidato do governo do Estado.

Já o presidente do PTB da Paraíba, Nilvan Ferreira, mostrou seu grau de irritabilidade, pondo seu nome, inclusive, como uma via bolsonarista na Paraíba para tentar ocupar o Palácio da Redenção, informando o desejo em disputar as eleições de 2022 como candidato a governador.

Esses gestos “hostis”, que sem dúvida alguma irão aumentar, colocam Romero Rodrigues em posição de isolamento político, podendo o quadro ser agravado ainda mais caso o PSDB, que é comandado no estado pelo deputado federal Pedro Cunha Lima, jogar ainda mais cal na pá que tenta sepultar o ex-prefeito da outrora Vila Nova da Rainha.

É claro que nesse turbilhão de incertezas e ataques à sua conduta política, Rodrigues calculou as baixas, mas foi surpreendido por elas começarem a surgir muito cedo. Para tentar estancar a sangria, o ex-gestor ainda afirmar que estará no pleito do próximo ano disputando o governo do Estado.

Porém, as suas movimentações geram dúvidas pertinentes não só àqueles muito próximos ao discurso bolsonarista, mas de outros que fazem oposição ao governador João Azevêdo (Cidadania), que certamente buscará a reeleição.

Por fim, Romero Rodrigues, experiente político, não pode cometer o mesmo erro do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), que se fechou como uma ostra dentro do seu próprio partido, anulando por completo as chances dos seus ex-aliados na disputa à prefeitura da capital.

Na época, Cartaxo protelou por demais sua postura em relação a quem seu grupo iria apoiar, até chegar ao nome da sua ex-secretária de Educação, Edilma Freire, também filiada ao PV. Resultado: perdeu apoio político, não conseguiu eleger aquela que escolheu e hoje vive no limbo da política paraibana.

A bolha de Romero

Romero Rodrigues está “residindo” em uma frágil bolha que ele mesmo criou e agora terá que abandoná-la para disputar, quem sabe, o Senado ou um assento na Câmara Federal. O fôlego para uma postulação ao governo do Estado vem se esgotando muito rápido, e a tendência é uma asfixia completa, daí ser fundamental para sua sobrevivência política algo que lhe garanta a possibilidade de êxito no pleito que está por vir.


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