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Opinião: Cícero jamais fará aliança com RC por ter ele estimulado a Operação Confraria

O ex-prefeito da Capital, havendo em seu currículo ter sido senador, ministro e governador do Estado, Cícero Lucena (PP) concedeu entrevista ao programa 360 Graus nesta quinta-feira (9) já na qualidade de prefeitável ao poder Executivo de João Pessoa. E nela pude observar que, enquanto político experiente, não buscará apoios e alianças políticas que não estejam em acordo com seu pensamento ideológico.

Em avaliação preliminar, não observei óbice de Lucena estabelecer contato com o governador João Azevêdo (Cidadania) e buscar uma relação administrativa com o Governo Federal a fim de equacionar recursos à melhoria das políticas públicas da Capital, caso seja eleito.

O entusiasmo não é o mesmo em relação ao prefeito Luciano Cartaxo (PV). Em vídeo que circula nas redes sociais, é mostrado possíveis caminhos para uma João Pessoa mais equânime, apontando o Progressista que a cidade necessita e fortes ajustes na condução da gestão pública.

Mesmo respondendo de forma elegante à mesa que o entrevistou, ficou notório que uma aproximação com o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) é impossível. Diz o ditado que brasileiro tem memória curta. Mas ressalto: quem “apanha”, mesmo que de forma injusta, não esquece.

Motivo da minha conclusão? Cícero Lucena, na época filiado ao (PSDB), finalmente, após quase duas décadas lutando contra denúncias do então deputado estadual Ricardo Coutinho (PSB), enquanto esteve à frente da prefeitura da Capital, foi absolvido das acusações da chamada Operação Confraria.

Depois de pouco mais de 15 anos numa peleja processual, o TRF da 5ª Região julgou recurso de apelação de Cícero Lucena contra a sentença da 3ª Vara da Justiça Federal de João Pessoa que, embora tenha reconhecido que não teria ocorrido qualquer das acusações da denúncia, condenou Lucena por corrupção.

Coutinho foi um dos principais agentes públicos a acusar Cícero Lucena. E pesava contra o ex-prefeito o quê? Crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, fraude à licitação, superfaturamento pela não realização de obras. O político chegou a ser preso em 2005. Esse episódio o fez desistir da vida pública.

Todavia, quando do julgamento no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, a 4ª Turma reconheceu, por unanimidade, que não teria ocorrido os crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, fraude à licitações, superfaturamento pela não realização de obras. O Tribunal reconheceu também que não ocorreu crime de corrupção.

Ou seja: há o dia da caça, outro do caçador. Cícero Lucena conseguiu provar sua inocência no TRF da 5ª Região, com sede em Recife, como relatei antes. Foi ele perseguido por Coutinho durante toda a sua gestão na Capital, entre os anos de 1997 e 2004. E por fim, provou que o socialista estava errado nas suas acusações.

Padeceu Cícero Lucena por mais de 15 anos, chegando à verdade em novembro de 2019. E agora, leitor? Agora Ricardo Coutinho é denunciado pelo Ministério Público da Paraíba como principal articulador do que foi batizada de Operação Calvário – investigação sobre desvios de mais de R$ 134 milhões nos recursos da Saúde e da Educação da Paraíba.

Como Cícero Lucena, Ricardo Coutinho pode provar sua inocência, mas o volume de provas que pesa contra sua pessoa é bem mais volumosa. Em perspectiva ampla, o perdão de Cícero Lucena já foi dado ao ex-governador, mas uma aliança política nunca virá. Tenha certeza!

 

Eliabe Castor
PB Agora

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