Recebi telefonemas de pessoas do centro da cidade, na manhã desta quarta-feira, falando sobre o tal arrastão que marcaria o início da campanha da Coligação encabeçada por Ricardo Coutinho na cidade. Eram pessoas que diziam que o evento não tinha ‘dado quórum’. Claro que não acreditei. Afinal, estamos na terra do ex-governador Cássio, um homem de prestígio político em Campina Grande.
O relato era o de que Cássio, Ricardo Coutinho, Rômulo Gouveia, Efraim Moraes e Ivandro Cunha Lima entravam nas lojas, cumprimentavam as pessoas, distribuíam simpatia e material de campanha, mas nada daquela monstruosidade de gente que sempre acompanhou Cássio e Rômulo em Campina, nas campanhas passadas.
“A concentração foi iniciada por volta das 9h, na rua Maciel Pinheiro, em frente ao prédio da Prefeitura Municipal, com pessoas empunhando bandeiras laranjas e amarelas. Os candidatos entraram nas lojas e cumprimentaram funcionários, depois seguiram para o Calçadão da Rua Cardoso Vieira, principal ponto de encontro de intelectuais e pessoas da terceira idade, encerrando o ato político na Praça da Bandeira”, diz trecho de release que recebi.
Em outra matéria, li o seguinte: “O que chamou a atenção na caminhada foi o distanciamento dos candidatos. Cássio chegou a entrar sozinho em várias lojas do centro comercial, enquanto Ricardo tinha que se contentar com apertos de mão de pessoas que sequer o conhecia. Em outro momento, Rômulo e Ivandro também mostravam certo distanciamento do ex-prefeito de João Pessoa. O grupo só aparecia unido mesmo quando era para fazer registros fotográficos para os jornais”.
Tentei argumentar que deveria haver algum engano. “Olha, tem cerca de duzentas pessoas. E olha que fiz essa estimativa sendo benevolente”, disse um colega jornalista. Então, fiz questão, eu mesmo, de verificar. Fui pessoalmente ao centro da cidade e constatei, realmente, que se tratava do que me era relatado por telefone: o tal arrastão não foi, nem de longe, o que eu estava acostumado a ver em outras campanhas.
De cara, pensei: não quero acreditar que a liderança política de Cássio e de Rômulo tenha sofrido um abalo tão forte, a ponto de eles não mais conseguirem atrair muita gente a um arrastão. Ainda mais, o de lançamento de uma campanha na cidade natal dos dois. Então, o que poderia ter ocorrido?
Como sou desconfiado de tudo, não quis acreditar, também, que o que houve foi de propósito, como chegou a me falar um outro colega jornalista. “Cássio não é bobo. Ele não torce para a vitória de Ricardo porque sabe que se Ricardo ganhar vai ser seu mais ferrenho adversário em 2014”, disse o colega.
Será que o diminuto público presente ao arrastão – que já nem queria mais chamar assim – não foi proposital mesmo? De qualquer forma, gostaria de saber o porquê de isso ter ocorrido. Sinceramente.
