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O que Hervázio ainda não contou

Neste sábado, tive a oportunidade de entrevistar o vereador Hervázio Bezerra (PSDB, na foto ao lado), durante o programa “Correio Debate Especial”, levado ao ar pela afiliada local da Rede Record de Televisão, a partir das 10h10.

Novidades na telinha

Antes de entrar no assunto político-partidário propriamente dito, gostaria de lembrar que na próxima 2ª feira, a atração da TV Correio terá uma série de mudanças, começando pela participação de Ruy Dantas ao lado de Helder Moura, além de modificações no cenário, novos quadros, etc, tudo isso preparado pela Diretora-Geral de Telejornalismo, Cristina Dias.

Decisão foi adiada

Voltando a Hervázio, ele me disse algo que deixaria qualquer um com a pulga detrás da orelha. Ipsis-litteris, a resposta dele para minha pergunta sobre qual seria a decisão final acerca da possibilidade de assumir um mandato temporário – ou definitivo – de deputado estadual, foi a seguinte, sem tirar nem por nenhuma vírgula:

– Eu teria imensa satisfação em anunciar minha decisão hoje (neste sábado), mas lamento não poder fazer isso. Todos haverão de convir que é uma decisão muito séria.

– Para assumir a Assembléia Legislativa, tenho que renunciar ao 5º mandato de vereador outorgado pela população. Esse mandato é meu mesmo. Só o povo pode tirar.

– Se renunciar, não posso negar que vou em condição fragilizada para a “Casa de Epitácio Pessoa” porque o mandato é do titular, que retorna no momento que bem entender. Dependo de Adriano Galdino e Manoel Ludgério.

– O governador não tem meias palavras. Ele já disse que só quem tem estabilidade é ele e o vice, Rômulo Gouveia (PSDB). Ele pode me dizer que quer manter esse compromisso, mas não pode impor a vontade aos deputados.

– A sinuca de bico fica aqui: se eu não assumir o mandato de deputado, posso perder essa condição.

– Além disso, ainda tramita na Justiça o recurso de Dinaldo Wanderley (PSDB). Se perder, a coligação passaria a ter mais uma vaga, a 13ª cadeira em plenário. Se ele não tiver êxito, os votos então seriam contabilizados na nossa coligação e isso geraria uma vaga para Assis Quintans (DEM).

– Estou vivendo um drama e uma novela. Não tenho ainda uma resposta.

– Já conversei ontem (6ª feira) com o presidente do PSDB, senador Cícero Lucena, e anteontem (5ª feira) com o próprio chefe do Poder Executivo Estadual, Ricardo Coutinho (PSB), mas garanto que minha decisão não foi tomada.

– Hoje (sábado) irei me reunir com toda minha família, irmãos, esposa, cunhados, filhos e sobrinhos, durante um almoço, para definir a situação. Vou fazer um relato para minha família e tormar um posicionamento colegiado, coletivo.

A outra versão dos bastidores

O que ele não disse em público, na frente das câmeras, é que sua amizade pessoal com Ricardo vem de longe, desde o tempo em que ambos foram vereadores na Câmara Municipal de João Pessoa, na legislatura iniciada em 1993, quando Coutinho ainda era filiado ao PT e Hervázio ao PMDB.

Longa amizade com Ricardo

Seus colegas de plenário na “Casa de Napoleão Laureano”, naquela época, que testemunharam as boas relações de amizade entre Hervázio e Ricardo, eram: João Gonçalves, Ruy Carneiro, Durval Ferreira, Dona Creusa Pires (já falecida), “Pinto do Acordeon”, Fabiano Vilar, Trócolli Júnior, Josauro Paulo Neto, Domiciano Cabral, Venilton Holanda, Heraldo Teixeira, Potengi Lucena, Marco Antônio Cartaxo Queiroga, Aristávora “Tavinho” Santos, CBS (Carlos Barbosa de Sousa), Avenzoar Arruda, Julio Rafael, Renô Macaúbas, “Pedro do Caminhão”, Marcos Vinícius Nóbrega, “Fernando do Grotão”, Mário Cahino, Luciano Cartaxo, Fernando Milanez, Nadja Palitot, os irmãos Carlos & Pedro Coutinho, além de Gerson Gomes de Lima e outros menos famosos na mídia local.

“Corretor” de imóvel rural

Bezerra também intermediou para Ricardo a compra de uma área de terra localizada na zona rural do município de Bananeiras – de onde sua família é originária – facilitando para o então colega vereador (que mais tarde viria a tornar-se prefeito da Capital e depois governador do Estado) a escolha do sítio comprado por ele.

Insônia no meio da noite

Outra pergunta que não está deixando o vereador tucano dormir direito, há pelos menos uns dois ou três dias é a seguinte:

– O senhor não teme que esteja em curso uma manobra política que possa terminar numa reviravolta completa deste quadro, ou seja, de estar sendo montada uma armadilha para o possível ex-vereador e provável futuro deputado de uma maneira aniquiladora, bem no estilo sofrido por Nadja Palitot (atualmente filiada ao PSC), que acabou sendo expulsa do PSB e nunca mais conseguiu se eleger para nenhum cargo público, já que o arquiinimigo dela, Ricardo Coutinho, tornou-se o mandatário-chefe do partido?

Armadilha política ou futura aliança?

Se a resposta for negativa para o questionamento acima, então podem escrever que está sendo tramada a seguinte equação política, já para aplicação na próxima eleição de 2012:

– Ricardo realmente está sendo sincero com Hervázio, buscando atraí-lo para o seu lado com vistas a uma futura e eventual tentativa de aproximação com o senador Cícero Lucena, que não sairia candidato a prefeito no ano vindouro e poderia até indicar o próprio Hervázio como candidato a vice numa chapa encabeçada pelo prefeito da Capital, Luciano Agra (PSB), que disputaria a reeleição contra o bloco liderado pelo PMDB do deputado federal Manoel Júnior e do ex-governador José Maranhão.

Bezerra pode ser vice de Agra

E por que Ricardo precisaria do apoio de Cícero para reeleger Luciano Agra? Para essa pergunta, Hervázio não me disse nada, mas – certamente – como bom psicólogo e terapeuta comportamental que o é, deve ter pensado:

1º) Não haveria uma terceira candidatura que dividisse muito os votos do eleitorado, concentrando a briga entre os socialistas e o PMDB, assim com foi trabalhado nas eleições estaduais para forçar a desistência de Cícero, girando o confronto principal somente em torno de Ricardo X Maranhão, no que resultou numa estratégia muito bem sucedida, tanto no 1º quanto do 2º turno (ambos vencidos por Coutinho).

2º) Ricardo não ficaria na inteira dependência de Cássio Cunha Lima (PSDB), que mesmo que consiga tornar-se senador da República, numa hipótese muito remota, mesmo assim se dedicará de corpo e alma à campanha de sue filho Diogo, pré-candidato à prefeitura municipal de Campina Grande, o que tomaria inteiramente seu tempo, descartando vir a comícios em João Pessoa, obrigando Ricardo e seus aliados tucanos e socialistas a terem que se virar sozinhos durante a disputa.

Muito além da imaginação

Além disso, Hervázio tem outra coisa em comum com Ricardo: ele foi secretário de Saúde da prefeitura municipal de João Pessoa na gestão de Cícero Lucena (1997-2004) mesmo sem ser médico, pois é formado em Psicologia, assim como a atual ocupante da pasta, Roseana Meira, também não é formada em Medicina, mas sim em Farmácia. Ou seja, até na profissão e na gestão pública eles têm coisas em comum…


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