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O peso das gestões na campanha de 2010

A conquista de um bom resultado na disputa pelo governo da Paraíba em 2010 passará, entre outros fatores, pela conquista de uma boa avaliação das gestões dos pretensos concorrentes. Uma boa gestão é sempre um dos melhores cartões de visitas numa campanha eleitoral.

É por isso que a briga de 2010 passará, necessariamente, pela comparação inevitável das gestões em questão: Maranhão no governo do Estado e o prefeito Ricardo Coutinho na prefeitura da Capital. É óbvio que a gestão estadual tem maior amplitude. Mas o que parece bom pode ser ruim.

Administrando somente João Pessoa, o prefeito da Capital tem mais condições de esconder o que é ruim e levar para o interior apenas o que é bom, pois a avaliação do seu governo é direta apenas na Capital. Diferente de Maranhão, já que seu governo é avaliado de Cabedelo a Cajazeiras de forma direta e não indireta.

O que não se pode negar é que as gestões de Maranhão e Ricardo serão colocadas sob a luz da espada do eleitor, quando chegada a hora da escolha. E, se é verdade, conforme revelam as estatísticas, que um governo bem avaliado tem mais chances de eleger o candidato, é muito provável que ambos reservem preocupação especial aos seus mandatos.

Qualquer fracasso pode custar caro lá na frente.

Nesta linha, Maranhão tem, o tempo com adversário. Ricardo, a geografia. No caso do atual governador, o eleitor não vai avaliá-lo pelas duas gestões anteriores do governador. É a gestão presente que importará em 2010. No caso de Ricardo, seu principal inimigo é fazer com que 223 cidades do Estado saibam o que ele andam fazendo de bom em João Pessoa. E, claro, não descubram o que anda fazendo de ruim.

Em se tratando de gestão, Maranhão e Ricardo vendem a imagem de “tocadores de obras”. Ambos não conseguiram, no entanto, grandes imagens juntos aos servidores. Pagam em dia, mas pagam mal. É o que se pode atestar superficialmente.

Lamentavelmente, o peso das administrações numa campanha eleitoral não pode ser tratado apenas pela avaliação das gestões. Passa pelo poder da máquina enquanto sedutora de votos. Aí, neste caso, o desafio de Maranhão e Ricardo é não deixarem-se cegar pelo uso indevido de suas estruturas.

Se a Justiça eleitoral for séria, isso pode custar mais caro do que uma má gestão.

Por outro lado, o desafio daqueles que se insinuam na disputa sem uma administração a respaldá-los, como é o caso dos senadores Cícero Lucena (PSDB) e Efraim Morais (DEM), portanto, tem duas faces: a conquista de estrutura de campanha e a ausência de identidade na disputa.

Ora, para os candidatos sem mandato no Executivo, só há uma trincheira a lutar: a da oposição. Então, Cícero e Efraim não podem ficar em cima do muro, como estão até agora quando o assunto é a administração de José Maranhão. Identidade clara é outra exigência do eleitor para o candidato.

No caso de Cícero Lucena, há uma nítida oposição ao governo de Ricardo Coutinho. Mas não há em relação a Maranhão. E, numa disputa estadual, isso não basta. O eleitor vai querer saber se Cícero é oposição à atual administração estadual, ou melhor, se é oposição a Maranhão.

Para 2010, portanto, em se tratando de candidatos-gestores, exige-se que cada qual cuide do seu quintal da melhor forma possível. E para quem não tem casa, vale a máxima do lobo na fábula dos três porquinhos: é tomar fôlego para derrubar a de quem tem.

 


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