Custa-me acreditar que Guilherme Almeida vá ser expulso do PSB por suas atitudes rebeldes. É que a expulsão poderá levá-lo a perder o mandato de deputado estadual por infidelidade partidária. E isso acontecendo, Nadja Palitot assumiria seu lugar na Assembléia Legislativa de todo jeito. E definitivamente. Qual é a vantagem disso para o prefeito Ricardo Coutinho?
Há quem acredite que dá no mesmo – tanto faz Guilherme como Nadja – e que a expulsão seria, digamos, uma atitude pedagógica, para desestimular outros tantos pessebistas pendentes pra Maranhão. Eu não acho que tanto faz. Não tenho a menor dúvida de que Nadja faz muito mais estrago na imagem do “mago” do que Guilherme, cujo único pecado foi dizer que aceita, sim, convite do governador para assumir a Secretaria de Interiorização, sediada em Campina Grande (por falar nisso, quando é que essa novela vai acabar?).
Nadja, ao contrário, tem mágoas terríveis de Ricardo. E razões de sobra para atormentá-lo na tribuna da Assembléia Legislativa. É tudo o que o prefeito não quer. Por que, então, essa besteira toda de dizer que vai expulsar o deputado do PSB? Expulsa nada. Du-vi-do.
Guilherme tem seguido, até ser cutucado com vara curta, a cartilha do PSB direitinho. O azar dele é que foi pivô de uma disputa entre Maranhão e Ricardo. Mas o deputado não é arengueiro, não faz muita zoada, não é uma pedra eterna no sapato do prefeito.
Nadja, ah, essa sim é um calo inflamado. E Ricardo não vai correr o risco de vê-la na Assembléia Legislativa como titular do mandato. Como suplente vá lá, afinal qualquer conversa mais ponderada e madura poderia fazer Guilherme – se for mesmo para o governo Maranhão – voltar atrás em alguns meses. Mas dar de presente um mandato a Nadja é outra coisa. Ela iria revolucionar a AL.
Por isso, duvido muito que Guilherme seja expulso. Tudo o que se diga a esse respeito tem tom de blefe.