Vida de vice não é fácil. E, dependendo do humor do titular, pode-se transformar num verdadeiro inferno. Porque não tem nada mais fácil do que se isolar dentro de um governo do que o vice-governador. Basta esvaziá-lo de atribuições e tirar-lhe a autoridade junto ao restante do governo que o cara vira um fantasma administrativo, andando de secretaria em secretaria, solenidade em solenidade como espectro de um governo, servindo apenas para decorar salas e fotos.
Se não tomar cuidado, é o que está muito perto de acontecer com o vice-governador Luciano Cartaxo. Alçado ao posto de vice de Maranhão em circunstâncias esquisitas, o ex-vereador começa a não ter o que fazer dentro do governo Maranhão III.
Ora, o governador não precisa de Luciano Cartaxo, que é do PT, para estreitar os canais de diálogo com o presidente Lula. Já faz esse contato direto. Não é à toa que recebeu ligação do presidente da República no dia em que tomou posse e chegou a interromper discurso Ana tribuna para mostrar à Paraíba o grau de relacionamento que desfruta junto a Lula. Tanto não precisa de Cartaxo para afinar relacionamento com o governo federal que já esteve duas vezes, em Brasília, com o presidente e nem sequer levou o vice-governador petista. Que ficou na Paraíba cuidando de sei-la-o-que.
Descartável desta missão, Luciano Cartaxo poderia então se encarregar por imprimir no governo Maranhão III as treze propostas que o Partido dos Trabalhadores, por unanimidade, decidiu recomendar à atual administração. Poderia, então, trabalhar na implantação de uma ouvidoria no governo, num conselho de comunicação e numa comissão de permanente diálogo com os servidores, com sugeriu o próprio PT. Mas está claro: Luciano Cartaxo não tem força nem pra tal.
E os seus colegas petistas já começam a perceber isso. Ora, sendo do PT, nada mais natural do que o vice-governador pudesse se responsabilizar por coordenar os projetos do PAC na Paraíba. Seria uma forma de não apenas prestigiar o Partido dos Trabalhadores, mas facilitar a liberação de verbas para o Estado.
Mas isso sequer foi cogitado. O PAC ficou nas mãos de Francisco Jácome Sarmento que já responde, de forma acumulativa, pela Secretaria de Infra-Estrutura e de Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Ufa!!!.
Luciano Cartaxo pode até se acomodar com o posto que ora ocupa de olho em ser indicado novamente para o cargo em 2010. Só não pode esquecer que a apatia nunca foi bom combustível para grandes conquistas.
Em tempo – Em homenagem ao vice-governador Luciano Cartaxo, relembro belíssimo poema de Francisco Octaviano:
Quem passou a vida em brancas nuvens
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu
Foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu.
Quebrando o silêncio – Deve chegar em breve à mesa do governador José Maranhão pedido de audiência da doutora Nadja Palitot, suplente do PSB na Assembléia Legislativa.
Prefeito fresquinho – É cena comum para os moradores do edifício onde reside o prefeito Ricardo Coutinho ver o carro da prefeitura, embaixo do prédio, ligado por quase duas horas com o ar condicionado acionado a fim de que ele entre no veículo e sinta o clima fresquinho para ir ao trabalho. Quente mesmo só a conta de combustível no final do mês.
Maldade – Muitos deputados prestaram solidariedade ao presidente da Assembléia, Arthur Cunha Lima, diante da discussão com o suplente de deputado, Ricardo Barbosa. Para alguns, a família Cunha Lima quer se ver livre do ex-deputado.
Mensalão – Vem por aí bomba a respeito de mensalão em grande prefeitura da Paraíba. E possivelmente praticada por prefeito que censura velhas práticas políticas. De onde será?