E então o carnaval acabou. E agora? Talvez seja essa a sua indagação e de muitos, especialmente para os que estão de olho nas eleições de 2020. Aqui, vou me ater a dois nomes. Ricardo Coutinho (PSB) e Luciano Cartaxo (PV), esse último buscando eleger seu sucessor a fim de evitar o esquecimento no mar da história paraibana. Um revés pode significar o sepultamento prematuro de um projeto político forjado na promessa de ser “o novo”.
Agora vamos aos fatos concretos. Mesmo buscando uma “estrada vicinal”, não pondo, de forma efetiva, seu nome numa rodovia pavimentada e bem sinalizada, o ex-governador Ricardo Coutinho sabe que, na hora exata, seu nome figurará como possível postulante à prefeitura de João Pessoa por uma simples razão: sua densidade eleitoral é compacta e alicerçada no bom desempenho que teve enquanto chefe do Executivo estadual e da própria Capital.
O atual prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, entende essa condição e sabe as dificuldades que enfrentará para eleger seu sucessor. Talvez esteja arrependido de alguns graves erros cometidos por ele no alinhavar político. Um dos maiores reside em um passado “distante”, ao guilhotinar, sem cerimônia, os que o puseram no trono que ainda hoje ocupa.
Um dos primeiros a sentir o veneno “cataxiano”, à época filiado ao PT, foi seu antecessor, Luciano Agra, que estava sem partido após sair das hostes do PSB em episódio beligerante com Ricardo Coutinho.
Preterido pela sigla na disputar à prefeitura da Capital, havendo o PSB homologada a candidatura de Estela Bezerra, Luciano Agra, que detinha bons índices de aprovação enquanto gestor de João Pessoa, apoiou a postulação de Cartaxo no sistema “gêmeos siameses”. A relação umbilical era tamanha, que o slogan da campanha “Luciano vota em Luciano chegava a ser simplória, embora eficaz.
Pois bem: posto no posto, Luciano Cartaxo destituiu, já no primeiro ano de governo, três indicações que Agra fincou na gestão municipal, causando sério desconforto entre apoiador e apoiado ou, se preferir, criador e criatura. Essa avaliação pode ser entendida pelos números da época. Ao entrar na disputa, o prefeito tinha meros 4% das intenções de votos. Foi eleito no segundo turno com 68,13%, batendo o tucano Cícero Lucena, que recebeu 31,87% dos sufrágios.
Daquela eleição até os dias de hoje, mais águas turvas passaram sob a ponte política de Luciano Cartaxo, como o rompimento traumático entre ele e seu vice no primeiro mandato, Nonato Bandeira (PPS), hoje secretário de Estado de Governo de João Azevêdo (PSB) e ligado, de forma estreita, a Ricardo Coutinho. Também pesa contra o prefeito de João Pessoa sua saída do PT.
Petista histórico, quando o barco da então presidente da República, Dilma Rousseff, começou a “fazer água”, Cartaxo pegou o bote salva vidas em direção a outras siglas partidárias. Como se sabe, soldados e generais do PT não o perdoam até os dias atuais. Para eles, o prefeito é um desertor e, na linha dura petista, a traição deve ser levada ao “paredão do ostracismo”.
Para finalizar o conjunto da obra, aqui deixando no “acostamento das citações” outros ex-aliados de Cartaxo; nas eleições de 2018 o prefeito rompeu com seu atual vice, Manuel Júnior, ex-MDB, que hoje responde pelo diretório estadual do Solidariedade.
Após o naufrágio político no pleito passado, quando Manoel Júnior não conseguiu se eleger a deputado federal e Cartaxo viu seu irmão gêmeo, Lucélio, ser atropelado no primeiro turno por João Azevêdo na disputa do governo do Estado, ambos juntaram os “cacos” e engoliram as mútuas mágoas.
Hoje Cartaxo e Manoel Júnior andam de mãos dadas, reiniciando uma pálida caminhada rumo à “estrada dos tijolos amarelos”. Ainda não se sabe se o Mágico de Oz irá ajudá-los. Ao certo, fica a constatação inequívoca que um cristal quebrado, quando colado, não tem a mesma durabilidade e beleza para se manter na vitrine.
Eliabe Castor
PB Agora
Foto: Arquivo do Jornal Correio da Paraíba
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