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Em nota, MST diz que Gilmar Mendes faz “acusações difamatórias”

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) divulgou nota nesta terça-feira (3) em que critica o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, por fazer “acusações difamatórias” e a Agropecuária Santa Bárbara, de propriedade do grupo Daniel Dantas, por tentativa de “criminalizar o movimento”.

 

Na segunda (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não crê em uma crise institucional entre o MST e o STF. Lula classificou, no entanto, de “inaceitável” a justificativa do movimento de legítima defesa para quatro mortes em uma invasão em Pernambuco.

Na semana passada, Mendes criticou o repasse de dinheiro público ao MST – entidade que, em sua visão, cometeria ilegalidades. No fim de semana, em resposta, o MST invadiu duas fazendas de Dantas. O movimento alegou que a invasão foi uma resposta a Mendes, ministro responsável pela concessão de habeas corpus que livrou o banqueiro da prisão no ano passado, após a Operação Satiagraha, da Polícia Federal.

Lula afirmou crer que Mendes fez críticas como cidadão ao movimento. Em nota na noite de segunda (2), o presidente do STF disse que as afirmações foram no exerício do cargo: “A Secretaria de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal esclarece que o presidente [Gilmar Mendes] falou na qualidade de chefe do Poder Judiciário, que tem responsabilidades políticas e institucionais inerentes ao cargo”.

 

Nota do MST

Na nota divulgada nesta terça (3), o MST disse que crime é “terras públicas sendo vendidas a banqueiros corruptos que são soltos pelo mesmo juiz que faz acusações difamatórias aos movimento sociais” – veja abaixo a íntegra da nota.

o MST diz também que a Agropecuária Santa Bárbara tenta criminalizar o movimento. “O MST reafirma que as denúncias feitas pelo grupo Santa Bárbara são infundadas e são formas de criminalizar o movimento perante a sociedade.”

Na segunda-feira (2), a Agropecuária havia divulgado nota em que afirmou que os funcionários da empresa estão sitiados em uma das fazendas invadidas e que os integrantes do MST fazem “matança de gado”. A empresa diz ainda que empregados são intimidados.

Veja abaixo íntegra da nota divulgada pelo MST

“Nota de esclarecimento sobre as ocupações no Pará
03/03/2009

Diante da repercussão das ocupações de terra ocorridas no estado do Pará nos últimos dias, a Direção Estadual do MST esclarece:

1- Foram feitas duas ocupações no estado: nos município de Xinguara, Sul do Pará, no dia 28/2 e no município de Marabá, na região suldeste,no dia 1/3.

2- Cerca de 200 famílias ocuparam a fazenda Espírito Santo, no município de Xinguara e 240 ocuparam a fazenda Cedro, em Marabá. As ocupações permanecem de forma pacífica. As duas fazendas pertencem à Agropecuária Santa Bárbara, ligada ao grupo Opportunity, e ao sócio-fundador do grupo, Daniel Dantas.

3- O MST reivindica a imediata desapropriação das fazendas que estão em terras públicas vendidas ilegalmente, que devem ser destinadas à Reforma Agrária. As fazendas Espírito Santo e Cedro fazem parte do complexo de mais de 500 mil hectares de terras do Grupo Santa Bárbara adquiridas nos últimos cincos anos na região. São 49 fazendas em 11 muinicipios.

4-Três são as fazendas do grupo Opportunity ocupadas por famílias ligadas ao MST no Pará. A primeira ocupação foi realizada na fazenda Maria Bonita, localizada em Eldorado dos Carajás. Cerca de 600 agricultores ligados ao Movimento ocuparam a propriedade na manhã do dia 25 de julho de 2008, e lá permanecem acampados próximos a fazenda.

5- O MST reafirma que as denúncias feitas pelo grupo Santa Bárbara são infundadas e são formas de criminalizar o movimento perante a sociedade. Foices, fações e enchadas, se consideradas armas – já que para os camponeses são instrmentos de trabalho – são muito inferiores em relação as potentes armas em mãos da “Escolta Armada”, empresa de segurança contratada pela Agropecuária Santa Bárbara para vigiar as fazendas.

6- O MST afirma que crime é a destruição das áreas de castanhais praticada há anos para dar lugar a pasto. É a existiência de famílias – que constituem verdadeiras oligarquias – com práticas truculentas, latifundiários armados no campo, trabalho escravo, terras públicas sendo vendidas à banqueiros corruptos que são soltos pelo mesmo juiz que faz acusações difamatórias aos movimento sociais.

Direção Estadual do MST-PA”

 

 

G1

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