Sob sol forte, chuva e até enfrentando a madrugada, jovens, idosos, mulheres carregando crianças no colo, pessoas doentes. Uma verdadeira multidão está se aglomerando no Cartório Eleitoral de João Pessoa, numa fila que ultrapassa a barreira do quarteirão onde o prédio do cartório se localiza. Tudo isso por causa do medo de perder benefícios e até mesmo a falta de informação sobre o processo de regularização do título de eleitor e o cadastramento biométrico tem causado pânico para algumas pessoas e transtorno para a maioria que tem buscado regularizar a situação no Cartório Eleitoral de João Pessoa.
O prazo para a transferência de título vai até o fim deste mês e isso tem causado transtorno para as pessoas que querem transferir o documento para votar na Capital. Como vários servidores foram deslocados para realizar o cadastramento biométrico nas cidades do interior do Estado, o serviço tem sido demorado.
Muitos dos que estão enfrentando dificuldades são moradores de João Pessoa que votam em outros municípios e querem transferir o título de eleitor. Gente que tem dormido na fila para conseguir uma ficha de atendimento. É o caso de Maria Cristina Gomes de Oliveira, de 48 anos de idade. Ontem, ela conseguiu a primeira vaga da fila para ser atendida. Porém, teve que chegar ao local às duas horas da madrugada.
O desespero de Maria Cristina é o mesmo da maioria das pessoas que está sendo atendida no Cartório Eleitoral: o medo de perder direitos a benefícios. No caso dela, específico, Maria Cristina tem pretensões de contrair um empréstimo bancário. Mas, está preocupada em não conseguir a aprovação do banco por não ter realizado o cadastramento biométrico. Já tinha sido a quinta vez que ela havia enfrentado a fila, mas ainda não tinha sido atendida.
O atendimento começa ao meio dia e apenas 200 fichas estão sendo entregues diariamente para que a população seja atendida. 140 fichas para o atendimento normal e 40 para o prioritário. Os funcionários do Cartório Eleitoral têm feito uma triagem para tentar solucionar com antecedência a problemática de cada eleitor. Já o prazo para a conclusão do cadastramento biométrico é até 18 de março. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), os eleitores que ainda não realizaram a biometria poderão ter o título cancelado.
Segundo o presidente do TRE, desembargador João Alves da Silva, com a homologação do processo biométrico, o eleitor que não se cadastrou terá o título cancelado e ficará sujeito às penalidades da lei, e sofrer vários prejuízos, como: não obter passaporte, não se inscrever em concurso público, não obter empréstimos, não receber salário, se servidor público, além de suspensão dos benefícios sociais como o Bolsa Família, dentre outros.
O estudante Claúdio Lopez afirmou que somente agora decidiu transferir e fazer o cadastramento, pois não tinha sido informado sobre as possíveis penalidades. Ele explicou que já era o terceiro dia que tentou o atendimento, mas ainda não tinha conseguido pegar uma ficha para resolver o problema. "As pessoas estão dormindo na fila. Dessa forma fica difícil solucionar a minha situação", disse.
Até mesmo as pessoas que já não são mais obrigadas pela lei a votar têm se encontrado em situação de desespero pela falta de informação. A aposentada Rita Farias de 67 anos de idade ressaltou que estava há mais de cinco horas na fila com medo de perder o direito à aposentadoria concedida pelo INSS. Desesperada, ela afirmou que até os familiares que vivem em cidades do interior da Paraíba estavam preocupados em ser prejudicados.
Correio da Paraíba
Foto: Correio da Paraíba
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