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Duas máquinas em jogo




    Gente, muita atenção nessa hora. Este portal, faltando um ano para as eleições para governador, divulga, mais uma vez, um empate técnico entre o prefeito Ricardo Coutinho e o governador José Maranhão.

    Atenção 1) O ex-governador Cássio Cunha Lima ainda não entrou na campanha e pode fazer a diferença para Ricardo Coutinho que, desta vez, vai ter que exercitar um lado que insiste em se manter, digamos, discretíssimo: a humildade de reconhecer que precisa, sim, e muito, do apoio alheio. Neste caso, dos tucanos.

    Não será muito fácil, todos sabemos. Ricardo gosta de parecer absoluto, auto-suficiente, prefere receber adesões como se assim estivesse fazendo um favor aos partidos que se pretendem aliados. Mas, quem sabe?, o tempo pode ter mostrado a ele que política se faz com conversa e adesões, que implicam em responsabilidades de parte a parte. E que o ex-governador Cássio jamais pode ser comparado a lideranças de outros partidos menores, pela força que exerce em Campina Grande e em várias outras partes do Estado onde Ricardo ainda não tem penetração.

    Atenção 2) Ambos os candidatos têm o controle de máquinas poderosas. Portanto, fiquemos de olho nas gratificações, nas acomodações “naturais” de aliados e apadrinhados políticos nos diversos órgãos da administração pública municipal e estadual.

    Atenção 3) A vigilância deve ser ainda maior em relação ao Estado. Não por uma eventual implicância minha em relação ao governador, mas por tratar-se da mais poderosa máquina administrativa. É uma estrutura grandiosa e, por isso mesmo, com capacidade para nomeações graciosas, por assim dizer. E todos sabem que, embora a legislação esteja bem mais severa do que há décadas atrás, eleição se ganha com dinheiro (muitas vezes dinheiro público), com poder e, também, com cargos públicos e outros agrados facilitados por essas máquinas.

    Em um ano, claro, muita coisa pode acontecer para alterar esse quadro. Mas, pelo rumo que as movimentações políticas vêm tomando, a polarização entre Ricardo e Maranhão vai continuar. É uma tendência natural, já que a candidatura de Cícero Lucena não decola, muito menos outras de partidos nanicos.

    Polarização nunca é bom. É interessante quando há três candidatos com igualdade de condições, o que é praticamente impossível por aqui. E quando essa polarização se dá entre dois administradores públicos, os dois mais importantes, é preciso vigilância extrema, não só da população, mas dos órgãos responsáveis. Rigor não deve existir apenas para alguns. É para todos. Ou não acabou o tempo em que os rigores da lei eram só para os inimigos de quem a aplica?

 

 


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