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Declaração de Bolsonaro sobre processo de formação do PSL explica confusões envolvendo a sigla: “Nós fomos pegando qualquer um”

A entrevista ontem (30), do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) a revista Veja, deu pistas para entender um pouco como foi formada a atual estrutura deste partido que hoje reúne a maior quantidade de parlamentares no Congresso Federal e que na Paraíba conta com um deputado federal e dois estaduais. “Nós fomos pegando qualquer um”, disse Bolsonaro.

 

Na entrevista à revista, quando questionado como se deu o recrutamento dos candidatos do PSL visando sua eleição presidencial em 2018, o presidente disse: “É um partido que foi criado, na verdade, em março do ano passado, num trabalho hercúleo no Brasil. Então nós fomos pegando qualquer um: ‘Quebra o galho, vem você, cara, vamos embora’”, disse.  Veja a matéria: https://www.oantagonista.com/sem-categoria/bolsonaro-sobre-o-psl-nos-fomos-pegando-qualquer-um/

 

O que é o PSL? Antes de especificar as origens do PSL é importante relembrar a busca de Bolsonaro desde 2017, por um partido que pudesse se candidatar a presidente da república. Na época quem visitava as redes sociais do PEN (Partido Ecológico Nacional) no começo de janeiro de 2018 ainda encontrava fotos de dirigentes da legenda ao lado do deputado federal Jair Bolsonaro.

 

O pré-candidato à Presidência que estava filiado ao PSC, mas em agosto de 2017 anunciou que mudaria para o PEN. O partido havia topado bancar a candidatura do deputado ao Planalto nas eleições de outubro de 2018, como parte das negociações, passaria a se chamar Patriota.

 

No entanto de última hora em 2018, Bolsonaro apareceu ao lado de outro dirigente partidário, o deputado federal Luciano Bivar, também disposto a abrir espaço para ele, agora pelo PSL (Partido Social Liberal). Ao assinar um tipo de carta-compromisso com a nova sigla, Bolsonaro disse a jornalistas que não tinha segurança de que o PEN-Patriota manteria sua candidatura. Na época em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para 2018, Bolsonaro vinha desde 2017 buscando legendas interessadas em bancar sua campanha à Presidência. A filiação ao PSL estava prevista apenas para março, período da janela partidária, quando parlamentares poderiam trocar de partido sem que a legenda pela qual o deputado ou senador se elegeu reivindique o mandato. No PSL, foi prometido a Bolsonaro que ele teria liberdade para negociações e para compor diretórios, razão do desentendimento com o PEN-Patriota.

 

Em busca de mais espaço O PSL ainda presidido por Luciano Bivar, deputado federal e empresário pernambucano, conhecido por ocupar a “bancada da bola”. Ele já presidiu o Sport Clube do Recife em cinco ocasiões. Na sua última passagem pelo clube, em 2013, Bivar se envolveu em uma polêmica ao afirmar que haveria um esquema para convocar jogadores para a Seleção Brasileira e que ele próprio pagou uma comissão para que um volante do time fosse chamado para jogar na Copa das Confederações de 2001. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) abriu inquérito para apurar a declaração e Bivar acabou punido com uma suspensão. Bivar é o fundador do PSL, registrado em 1998. Com a filiação de Bolsonaro, essa foi a segunda campanha presidencial do partido. A primeira foi em 2006, com Bivar na cabeça de chapa – ele teve 0,06% (62.064) votos.

 

Entenda as investigações sobre candidatos-laranja no PSL que envolvem uma paraibana

 

O Ministério Público e a Polícia Federal investigam a existência de um esquema de candidaturas-laranja no PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro. Mulheres disseram que receberam propostas para se candidatar e repassar parte da verba recebida do fundo eleitoral.

 

PSL teria produzido candidata laranja na Paraíba que recebeu R$ 201 mil; entenda

 

Ilmara Morais. Nome, de certa forma, desconhecido no cenário político da Paraíba. Ela foi candidata a deputada estadual pelo PSL nas eleições de 2018, onde alcançou 4.740 votos. Porém, o que chama atenção na candidatura da empresária de Patos, de 33 anos, é a grande quantia de recursos recebidas por ela provenientes dos Diretórios Estadual e Nacional do partido. Com isso, há indícios de que o PSL na Paraíba tenha produzido uma ‘candidatura laranja’, e Ilmara Morais foi a escolhida para ser a central dos recursos.

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No total, Ilmara recebeu R$ 207,2 mil para sua campanha. Desse montante, R$ 177,9 mil veio do Diretório Estadual do PSL e R$ 24 mil do Diretório Nacional. Os valores repassados somente pelo partido representam 97,47% dos recursos obtidos por ela para toda campanha eleitoral. A candidata ainda recebeu R$ 3,6 mil de Julian Lemos (PSL), que foi eleito deputado federal, e R$ 1,5 mil de Lucélio Cartaxo, candidato a governador.

 

O que é a candidatura-laranja

O candidato-laranja é o candidato de fachada: aquele que entra na eleição sem a intenção de concorrer de fato, com objetivos que podem ser irregulares, como desviar dinheiro do fundo eleitoral.

 

 

Redação

 


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