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Debate termina em confusão em Natal

A eloquência com que o deputado federal e ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, defendeu a transposição de água do rio São Francisco, ontem, no Encontro Regional da União Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale/NE), terminou prejudicando o debate sobre o projeto destinado a perenizar rios secos nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, garantindo o abastecimento de 12 milhões de nordestinos que vivem no Semi-Árido.

Ciro usou termos duros como oportunistas, estúpidos, abestalhados, canalhice, mentes pobres e interesses políticos safados para criticar as ações dos opositores do projeto. E não se conteve ao se referir ao bispo de Barra (BA), D. Flávio Cappio, que chegou a fazer greve de fome em 2007 numa tentativa de impedir o início das obras da transposição. “Aquele padreco meteu um moralismo estúpido contra o agronegócio”, disse, acusando o religioso de usar argumentos falsos perante a opinião pública.

Quarenta minutos depois, o resultado: troca de farpas entre o ex-ministro e o deputado Augusto Bezerra, representante da Assembleia Legislativa de Sergipe, e bate-boca entre Bezerra e o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Artur Cunha Lima.

Sobrou também para o professor João Abner. Ciro disse que Abner, um dos “contras” aproveitou o debate sobre a transposição para trocar o “anonimato acadêmico da mediocridade por holofote.” O deputado José Dias também criticou o professor da UFRN: “Durante os debates sobre a construção das adutoras no Rio Grande do Norte, o dr. Abner chegou a prever que a Lagoa do Bonfim iria secar. Pelo contrário. A lagoa hoje tem mais água do que antes das adutoras.”

Na abertura oficial, no auditório da Assembleia Legislativa, o deputado Robinson Faria, presidente da Casa, fez uma referência ao ex-ministro Aluízio Alves, “potiguar que muito contribuiu para o florescimento do projeto de transposição”. O deputado lembrou que, a partir do projeto, haverá aumento da oferta hídrica nos açudes de Santa Cruz e na barragem Armando Ribeiro Gonçalves, hoje responsáveis pelo abastecimento da maior parte dos municípios das regiões do Apodi, Açu, Caicó, Ceara-Mirim e Litoral Norte.

Num evento recheado de personalidades políticas, como o ex-ministro Ciro Gomes, candidato à presidência da República em 2006, e o governador em exercício de Tocantis, Paulo Sidnei Antunes, o seminário contou em sua abertura com as presenças da governadora Wilma de Faria e do Secretaria de Infra-estrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, João Reis Santana Filho, representando o Ministro Gedel Vieira Lima, da Integração Nacional. Depois de lembrar a importância do debate em torno da transposição do São Francisco e de voltar a pedir pressa na realização de leilões de energia eólica no RN, Wilma de Faria falou da necessidade de se repensar o orçamento do Estado.

 

Da redação com Tribuna do Norte

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