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Base cobra respostas de Cássio

É voz corrente entre os aliados do ex-governador Cássio, que está de viagem marcada aos Estados Unidos, de que ele não deveria se ausentar para tão longe nem por tanto tempo. É o que se pode atestar de rápidas conversas com lideranças políticas que seguem o tucano.

E por um motivo simples: sem o comandante na condução do navio, o grupo tem receio de navegar por mares nebulosos, facilitando a dispersão dos tripulantes em cada ilha do caminho.

Os aliados de Cássio querem respostas e rumo. A tese é de que ao se ausentar mais uma vez Cássio deixa que seu grupo fique sem forças para segurar quem tem sido assediado pelo governador Maranhão.

Ora, a maneira mais fácil de conquistar um gato e dando-lhe carícias que o dono não dá. Quem vai dar o tom dos discursos para a oposição na Assembléia? Quem vai segurar os prefeitos que recebem promessas de obras e ações de Maranhão?

Como já disse na coluna anterior, Cássio é a liderança política hoje que tem o terreno mais propício – leia-se legitimidade – para fazer críticas ao governo Maranhão. Só ele tem o tamanho do atual governador para um embate administrativo de mérito.

Ao deixar esse campo descoberto, o ex-governador perde a melhor chance de pegar Maranhão desogarnizado, perdido administrativamente, e sem discurso.

Há quem diga também que, ao agir dessa maneira, Cássio restringe os limites de cobrança num futuro próximo. Ou seja, deixando o barco correr solto, não pode reclamar do destino quando a viagem acabar. Nem de possíveis adesões na Assembléia. Nem de supostas alianças partidárias.

Claro que Cássio tem todo o direito de se qualificar pessoal e profissionalmente. Há mais de vinte anos que vem cumprindo mandato a mandato sem um intervalo sequer. Mas, como ele próprio diz, quem é do mar não enjoa. Ou não deve enjoar.

O fato é que, claramente, Cássio deixar as coisas correrem. Em que pese deixar a base descoberta diante de Maranhão, parece que faz isso deliberadamente. A impressão é que o ex-governador quer exatamente que as coisas andem sem sua interferência para que ele possa apenas vestir o uniforme de luta no início da guerra.

Isso faria, por exemplo, com que ele não tivesse que dar resposta agora ao senador Cícero Lucena sobre propensão a apoiar Ricardo Coutinho. Que, por sua vez, ante a ausência de Cássio, opera em nome do tucano, mesmo que, publicamente, Cássio não tenha dado esse aval.

Cássio vai para os Estados Unidos aprender a falar inglês fluentemente. Para os aliados políticos, por enquanto, só tem uma coisa a dizer: Take it easy, my friends.

Soltas

Mais mago – Não é só Cássio que parece deixar a base solta. O governador Maranhão começa a sentir os sinais de descontentamento interno. Alguns vereadores em João Pessoa, por exemplo, já tiraram o pé do acelerador e começam a emagrecer repentinamente.

Velozes e furiosos – Os renomados jornalistas Helder Moura e Marcelo José não andam nada bem com o prefeito Ricardo Coutinho (PSB). A prefeitura tem reagido à altura junto à cúpula do Correio as críticas que ambos têm feito ao prefeito.

Confraternizando – O jornalista Padre Albenir, da TV Máster e 101 FM, foi um dos poucos amigos que estiveram com Cássio neste domingo para comemorar o aniversário do tucano. Cássio tem muita estima pelo Padre. E vice-versa.

 


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