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Ausências no plenário favoreceram oposição

A ajuda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), estaria voltada mais para a governabilidade imediata, visto que uma confusão agora com o PMDB levaria o partido para a oposição e inviabilizaria qualquer votação no Congresso, de acordo com informações de bastidores de auxiliares do presidente da República. Isso porque, no primeiro semestre do ano, Sarney mais atrapalhou do que ajudou o governo ao permanecer na presidência do Senado.

Das 60 sessões deliberativas ocorridas no Senado, Sarney participou de apenas 17 – foi o senador mais faltoso, conforme levantamento feito pelo portal Congresso em Foco. Se tivesse gazeteado mais três sessões, Sarney até poderia sofrer um processo de perda de mandato. De acordo com o artigo 55, item III, da Constituição, perderá o mandato o deputado e o senador que deixarem de comparecer a um terço das sessões.

 

Por causa das ausências de Sarney, sessões deliberativas importantes foram presididas pelo vice Marconi Perillo (PSDB-GO) – senador pelo qual o presidente Lula não esconde a antipatia. Uma dessas sessões terminou com um golpe no governo, atingindo, por tabela, o setor ambientalista.

 

Já na véspera do recesso de julho, e sob o comando de Perillo, o plenário do Senado rejeitou por 30 votos a 20 a recondução do engenheiro Bruno Pagnoccheschi para uma diretoria da Agência Nacional de Águas (Ana). Antes, em junho, também sob a presidência de Perillo, o Senado rejeitou a recondução dos procuradores Diaulas Ribeiro e Nicolao Dino ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

 

Havia um clima de balbúrdia e Perillo decidiu fazer a votação assim mesmo. Sem haver nada contra os procuradores, veio a rejeição. Defensores dos dois indicados apelaram e Perilo resolveu que a primeira votação não valera. Fez nova votação. O plenário confirmou a rejeição.

 

Conforme um auxiliar do presidente da República, a defesa que Lula tem feito de Sarney – na semana passada chegou a ficar claudicante, quando o presidente disse que o problema era do Senado e que nem havia votado em Sarney para senador do Maranhão (na verdade, ele é senador pelo Amapá) – é uma forma de mostrar ao PMDB que o partido não ficará isolado, sob fogo da oposição.

 

Para Lula, a situação já é muito complicada. Se ele perder o apoio do PMDB, terá de passar o último um ano e cinco meses de mandato à míngua, praticamente sem contar com o Congresso. E isso governo nenhum suporta.

Estadão

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