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A pressão de Campina

Alguma coisa aconteceu para Maranhão, um primeiro momento, recuar quanto à nomeação de Guilherme Almeida. E outra coisa aconteceu para que, à noite, Maranhão reiterasse a nomeação de Guilherme Almeida.

O recuo inicial, independentemente da causa, por si só já teria sido uma estratégia adequada, embora parecesse “batida de pino”. Como já dissemos, ao proibir a posse de Guilherme Almeida para atender o PSB de Ricardo, Maranhão ajudaria a mais um socialista a odiar o prefeito da Capital.

Mas da entrevista na TV Tambaú, onde Maranhão anunciou o recuo, até a entrevista coletiva na Granja Santana, convocada de forma muito estranha, quando o governador recuou do recuo, houve algo significativo.

O que fez Maranhão mudar de idéia e manter o convite a Guilherme Almeida? A resposta pode estar, caros leitores, a 120 quilômetros de João Pessoa: em Campina Grande.

É provável que veio da Serra da Borborema a pressão que levou Maranhão a sustentar a convocação de Guilherme Almeida para surpresa de todos e espanto dos girassóis da capital. E, neste caso, o prefeito Veneziano Vital do Rego (PMDB), com sua discrição quase que inglesa, foi peça fundamental.

Ora, acima de tudo, a nomeação de Guilherme Almeida como secretário de Estado representa para Campina, famosa pelo orgulha de ser o que é, a nomeação de um campinense num cargo que quase na pode ser assumido por forasteiros. Segundo, representa um braço de Vené, ainda que seja no PSB, dentro do governo Maranhão.

Impedir sua posse seria admitir que Veneziano, aliado de Maranhão, estaria perdendo uma queda-de-braço com o prefeito da Capital. E isso, amigos, nem Campina nem a família Vital do Rego jamais permitiria.

“O interior existe”, disse Veneziano, numa resposta velada à postura de Ricardo em impedir a posse de um campinense apenas para evitar um desconforto pessoal com a posse de Nadja na Assembléia. E isso a gente sabe como mexe com os brios do campinense. Basta ver a repercussão do tema na cidade.

Circula, inclusive, na cidade a informação de que Veneziano estaria disposto a convocar Guilherme Almeida para tomar posse como secretário da prefeitura caso Maranhão não sustente a convocação do deputado. Nadja estaria pronta para assumir a Assembléia, então. E deste jeito sem compromisso de aliviar a postura em favor de Ricardo.

Ante o dilema, Maranhão resumiu tudo numa frase quase que científica: “O campinismo é muito forte”. E sentiu na pele como será difícil agradar a gregos e troianos.
 


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