A família do zelador Jezi Lopes de Souza, de 63 anos, desconfia que moradores do prédio onde ele trabalha há cinco anos, na Zona Norte de São Paulo, possam estar envolvidos no sumiço do idoso, ocorrido na sexta-feira (30). As informações constam no boletim de ocorrência do desaparecimento feito no sábado (31) pela Polícia Civil.
O caso registrado no 13º Distrito Policial, Casa Verde, será encaminhado para investigação da Divisão de Pessoas Desaparecidas do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia deverá analisar imagens de câmeras de segurança que mostram Jezi e moradores nos elevadores do condomínio.
Jezi foi visto pela última vez às 15h35 saindo do elevador no edifício residencial, onde é zelador, na Rua Zanzibar, na Casa Verde. Imagens de câmeras de segurança do condomínio, exibidas nesta segunda-feira (2) pelo Bom Dia São Paulo, mostram o momento em que ele deixa o elevador num dos andares levando correspondências que seriam entregues aos moradores. Depois disso, o circuito interno não mostra mais Jezi retornando ao elevador.
Outras 15 câmeras também não registraram a passagem dele pelas escadas. Todos os equipamentos funcionam 24 horas por dia gravando quem entra e sai do prédio. Ao todo, o edifício tem 22 andares. Só na frente do imóvel, há três câmeras, e em nenhum momento os equipamentos registraram o zelador deixando o local.
De acordo com o registro policial, a filha de Jezi, a supervisora Sheyla Viana de Souza, de 27 anos, relatou que um dos moradores tinha “problemas de relacionamento” com seu pai. Ela também informou que uma moradora lhe contou ter “ouvido gritos de discussão, pedindo para parar, e ao olhar pelo olho mágico do apartamento teria visto o morador do (…) fechando a porta.”
Esse episódio ocorreu em horário compatível com a última vez que o zelador foi visto deixando o elevador. Além da família do zelador, policiais militares e funcionários do prédio vasculharam todo o edifício e não encontraram Jezi.
Depois, no sábado, quando a família registrou o desaparecimento de Jezi, policiais militares foram até a residência do casal de moradores do prédio, onde o homem contou que “já havia discutido diversas vezes com Jezi, mas que ontem [sexta-feira] nada havia acontecido”.
Os policiais vasculharam o local e encontraram mala e sacos similares aos exibidos pela gravação do prédio. Mas verificaram que dentro deles havia roupas e tênis. Depois, desceram com a mulher até o estacionamento e verificaram que dentro do automóvel do casal estava uma mala parecida com as da filmagem. Mas dentro delas também só tinham roupas.
Indagados pelos policiais, os dois moradores contaram que tinham ido levar as roupas para uma igreja, mas retornaram porque ela estava fechada no dia. Os policiais informaram no boletim que “não visualizaram nenhum sinal de violência no apartamento do casal ou no veículo”.
Nesta segunda-feira, o casal, que mora com um filho no edifício, não estava mais no apartamento.
G1
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