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Em audiência Pública em Cajazeiras, Assembleia debate questão hídrica da Paraíba

A Assembleia Legislativa da Paraíba, através da Frente Parlamentar das Águas, realizou neste sábado (27) uma Audiência Pública com representantes de diversas entidades da sociedade civil organizada com o objetivo de discutir alternativas urgentes para que as obras do projeto de Integração de Bacias do Rio São Francisco, Eixo Norte tenham continuidade. Esse lote da obra estava sendo executado pela construtora Mendes Júnior, que abandonou a execução. Diversas propostas foram anotadas pelos parlamentares e serão dados encaminhamentos.

A Audiência Pública denominada “Grito das Águas”, foi realizada na Câmara Municipal de Cajazeiras, e presidida pelo deputado Jeová Campos, que preside a Frente Parlamentar das Águas. Os deputados Janduhy Carneiro e Renato Gadelha também participaram dos debates.

O deputado Jeová Campos lamentou a ausência da bancada federal paraibana e da população, que não compareceram à Câmara Municipal de Cajazeiras. Jeová registrou que os três senadores paraibanos e os doze deputados federais foram convidados pela Frente Parlamentar das Águas por meio de ofícios citados na reunião que foi transmitida ao vivo pelas rádios Difusora Rádio Cajazeiras e Alto Piranhas.

O deputado Renato Gadelha afirmou que a situação hídrica no estado é crítica. “Nós estamos à beira do colapso. Não podemos tomar as providências somente quando acontecer o colapso total”, pontuou. “Fica aqui o meu protesto, principalmente à bancada paraibana, aos prefeitos e vereadores da região de Cajazeiras. Nós precisamos da participação do povo para fazer pressão junto ao governo federal. A solução é lutarmos pela conclusão da transposição do Rio São Francisco. Sigam-nos os que são nordestinos”, disse.

Na avaliação do deputado Jandhuy Carneiro, a Assembleia Legislativa tem feito o seu papel há vários anos em defesa de investimentos em obras de infraestrutura hídrica e defendeu que o Dnocs seja reequipado, fortalecido para socorrer o Nordeste. Por parte do governo federal “falta planejamento de construção de grandes açudes no Sertão, no Cariri, no Curimataú. Não há um planejamento para armazenar um grande volume de água nos reservatórios”, relata o parlamentar, ressaltando que a classe política precisa ter responsabilidade na questão hídrica. Jandhuy disse ainda “se o Exército tivesse assumido as obras da transposição de águas do São Francisco tudo já estaria executado, a obra estaria concluída. O Nordeste infelizmente continua sem a devida atenção do governo federal”, lamentou.

Hermano Rolim, representante do Comitê Gestor das Bacias Piranhas-Assú informou que o complexo Coremas-Mãe D’Água vai atingir em breve o seu volume morto, além de ressaltar a importância do engajamento de todos, inclusive das bancadas da Paraíba e do Rio Grande do Norte na luta pela conclusão das obras da transposição além de outras ações.

O ex-deputado estadual Chico Lopes e ex-diretor da Aesa, informou que o Sistema Coremas Mãe D´Água está com apenas 93 milhões de metros cúbicos d’água quando sua capacidade máxima é 1,1 bilhão e desse manancial dependem 500 mil pessoas.

O padre Francinaldo sugeriu que se organize uma grande marcha em defesa da questão hídrica no estado. “Esta assembleia mede o tamanho da preocupação nossa com a causa”.

O advogado João de Deus Quirino Filho, representante da OAB-PB em Cajazeiras, participou dos debates e afirmou que a entidade não poderia deixar de participar de importante discussão. “Estamos preocupados com a situação hídrica e à disposição da Assembleia Legislativa nesse processo”.

O vereador Marcos Antonio, do PT de Carrapateira, também apelou para que Jeová Campos não deixe a presidência da Frente Parlamentar das Águas. Também participou o vereador Alysson Américo, de Cajazeiras.

O gerente regional da Cagepa em Cajazeiras, Cleudismar Alexandre Macedo, também participou e destacou que na Paraíba hoje apenas 68 municípios estão com o seu abastecimento d’água normal. Em alerta 14 municípios. Em racionamento são 85 cidades. Em colapso, 31 municípios, além de 44 municípios sem emitir faturas de cobrança d´água para a população.

 

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