A Coreia do Sul afirmou ter recebido com surpresa o convite da Coreia do Norte em realizar uma reunião, no próximo dia 18, para discutir a polêmica em torno do complexo industrial de Kaesong. O controle da região é motivo de discussão frequente entre os dois países, por abrigar fábricas sul-coreanas, em território da Coreia do Norte.
A reunião será a primeira em um ano, desde a polêmica em torno da retomada do programa nuclear pela Coreia do Norte. No último dia 5 de abril, o país lançou um foguete, o qual afirma ter fins pacíficos, apesar de grande repressão da comunidade internacional.
Apesar do complexo estar situado no território de Pyongyang, todas as empresas o parque industrial pertence a empresas sul-coreanas, que aproveita a força de trabalho barata de Pyongyang. O controle da região pela Coreia do Norte é uma forma de negociação usada sempre como retaliação no caso de ameaças de Seul.
"Vamos assegurar que o contato entre as Coreias será feito de uma forma que garanta a segurança das pessoas e contribua para o desenvolvimento do complexo de Kaesong", disse Lee em uma referência aos trabalhadores sul-coreanos presos.
Em março, a Coreia do Norte deteve em Kaesong um trabalhador sul-coreano da empresa Hyundai por fazer supostamente comentários críticos ao regime comunista e tentar convencer uma norte-coreana a desertar. No complexo industrial de Kaesong, trabalham cerca de 40 mil pessoas, em sua maioria cidadãos norte-coreanos empregados por companhias do Sul.
Histórico
Recentemente, a Coreia do Norte restringiu o acesso a área do complexo industrial pelo reforço do controle da fronteira. A medida levantou preocupações em torno da participação de empresas sul-coreanas em projetos de viabilidade.
O complexo abriga cerca de cem companhias sul-coreanas que contam com matéria-prima e força de trabalho norte-coreana. Alguns funcionários sul-coreanos contam com permissões de Pyongyang para atravessar a fronteira a caminho das fábricas de relógios, produtos de cozinha, sapatos e aparelhos eletrônicos.
O encontro desta semana ocorrem em uma momento de tensão entre os dois países, após o lançamento do foguete em 5 de abril pela Coreia do Norte. Nos últimos dias, o governo de Pyongyang protagonizou mais uma polêmica ao determinar a expulsão dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e também oficiais americanos ao afirmar que o país irá retomar o programa nuclear.
Folha
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