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Obama e Raúl Castro fazem encontro histórico

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 Na primeira conversa entre os presidentes de Cuba e Estados Unidos em mais de 50 anos, Raúl Castro e Barack Obama reiteraram a promessa de avançar na reaproximação dos dois países. O encontro histórico ocorreu neste sábado (11), na VII Cúpula das Américas, no Panamá.

 

Em uma pequena sala de reunião, no Centro de Convenções da Cidade do Panamá, Obama e Castro sentaram lado a lado em um encontro significativo que o presidente norte-americano chamou de "virar a página" nas divisões entre os dois países.

 

"Está é, obviamente, uma reunião histórica", disse Obama logo após os dois se sentarem. "Foi a minha crença de que era a hora de tentar algo novo, que era importante para nós nos envolvermos mais diretamente com o governo cubano. E principal, [nos envolvermos] com o povo cubano."

 

Em seguida, Raúl Castro afirmou concordar com tudo que Obama disse. "Cuba e EUA vão manter reuniões para avançar no restabelecimento das relações diplomáticas entre Havana e Washington", relatou Castro.

 

"Vamos fazer reuniões como países vizinhos devem fazer para estabelecer reuniões com vizinhos. Mas é necessário sermos pacientes", afirmou Castro para emendar: "Em alguns pontos vamos concordar, em outros discordar. Podemos discordar em um momento de uma coisa e continuar discutindo esse assunto para, no futuro, chegar a um acordo."

 

Por fim, Castro pediu ajuda de países presentes na Cúpula. "Espero que, com a ajuda de outros países presentes aqui, possamos nos aproximar mais."

 

No dia 17 de dezembro, Obama declarou o fim da "abordagem ultrapassada" dos Estados Unidos a Cuba, anunciando o restabelecimento de relações diplomáticas, bem como os laços econômicos e de viagens para a ilha – uma mudança histórica na política dos EUA, que visa pôr fim a um meio século de inimizades da Guerra.

 

Enquanto Obama fazia o comunicado na Casa Branca, o presidente cubano Raúl Castro também discursava para sua própria nação em Havana. Naquele dia, Obama e Castro falaram ao telefone por mais de 45 minutos.

 

Em discursos concomitantes transmitidos para o mundo todo, os líderes de Cuba e EUA falaram sobre o embargo da nação americana à ilha caribenha, iniciado em 7 de fevereiro de 1962.

 

O anúncio foi resultado de mais de um ano de negociações secretas entre os EUA e Cuba. O restabelecimento das relações diplomáticas foi acompanhada pela libertação do americano Alan Gross e de um espião norte-americano feita por Cuba e EUA, que também tinha três espiões presos na Flórida.

 

Uma fonte norte-americana destacou que o papa Francisco e o Vaticano desempenharam papel fundamental como intermediários para a reaproximação entre os dois países. O papa também enviou carta com um apelo pessoal a Barack Obama e a Raúl Castro, e o Vaticano acolheu delegações dos dois países para finalizar a reaproximação.

 

Libertação

 

Alan Gross, preso pelo governo cubano desde 2009, foi libertado em 17 de dezembro como parte de um acordo com Havana e que abre o caminho para uma grande reformulação na política dos EUA em relação à ilha, altos funcionários do governo disseram à CNN.

 

O ex-espião esteve preso por quase 20 anos no país comunista, disseram funcionários da administração Obama. Gross é um homem não-americano, cuja identidade permanece em segredo de acordo com os funcionários, que falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizados a discutir o assunto publicamente.

 

Embargo precisa ser votado no Congresso norte-americano

 

Conhecido pelos cubanos como "el bloqueo" (o bloqueio), o embargo norte-americano a Cuba foi uma medida adotada pelos EUA no auge da Guerra Fria que interditou totalmente a relação econômica, financeira e comercial entre os dois países, separados por uma fronteira marítima de apenas 535 km.

 

A medida foi imposta no início dos anos 1960, depois do revolucionário e então recém-empossado líder cubano, Fidel Castro, iniciar uma aproximação com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), representada pela Rússia.

 

Após uma restrição inicial para a importação de açúcar cubano ao território norte-americano, instituída pelo então presidente dos EUA Dwight Eisenhower em 1960, John F. Kennedy ampliou as restrições para o grau máximo dois anos depois, suspendendo relações de nações anteriormente tão próximas – antes da Revolução Cubana que removeu a ditadura de Fulgencio Batista do poder, Cuba era conhecido como um "quintal dos EUA", onde empresários exploravam seus recursos e as elites passavam temporadas gastando dólares em seus cassinos e hotéis de luxo.

 

Devido ao aumento da tensão por influência entre soviéticos e norte-americanos, em 1962 Cuba foi protagonista daquela que ficou conhecida como a Crise dos Mísseis.

 

Em resposta à instalação de mísseis nucleares na Europa e à tentativa dos EUA de derrubarem Castro em Cuba, no ano anterior, os russos colocaram mísseis em território cubano apontados diretamente para os EUA em outubro.

 

A tensão acabou levando os EUA a impor restrições para viagens de seus cidadãos ao país caribenho, bem como à restrição comercial total entre as nações-membro da Organização dos Estados Americanos (OEA) com os cubanos. Também colaborou para a assinatura do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, cujo objetivo foi conter a corrida armamentista mundial, em 1968.

 

O embargo total, no entanto, prosseguiu, com presidentes norte-americanos assinando continuamente sua prevalência ao longo dos anos. Entre eles, o próprio Barack Obama, eleito chefe do Poder Executivo do país em 2008 com a promessa de terminar com o longo bloqueio à nação caribenha, conhecida pelos mais diversos problemas sociais.

 

IG

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