O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste sábado que a descoberta de uma usina nuclear secreta no Irã revelou um "padrão perturbador" de evasivas por parte de Teerã, que deu mais urgência às conversas de 1o de outubro com potências mundiais.
Autoridades iranianas expressaram um tom duro. Um deles disse que espera que a usina, em construção ao sudoeste de Teerã, esteja pronta logo e que "cegue" os inimigos e outro manifestou surpresa que o mundo não esteja grato pelo fato de o país ter revelado a existência dela.
O Irã, que insiste que o seu programa nuclear tem como fim a geração de energia e não a produção de armas, como é temido pelo Ocidente, irá encontrar os Estados Unidos e cinco outras potências na cidade suíça de Genebra na quinta-feira.
O presidente dos EUA advertiu o Irã na sexta-feira que o país poderá sofrer sanções severas. "Este é um sério desafio ao regime global de não-proliferação e as evasivas do Irã continuam a perturbar", afirmou no sábado.
"Por isso as negociações com o Irã marcadas para 1o de outubro passam a tare mais urgência agora."
Grã-Bretanha, França e Alemanha uniram-se aos EUA no aumento da perspectiva de novas sanções contra o Irã se este não tomar medidas para acalmar as preocupações sobre o programa nuclear.
O Irã reconheceu ter um local de enriquecimento de urânio perto de Qom pela primeira vez na segunda-feira, em uma carta à Agência Internacional de Energia Atômica da ONU.
Ali Akbar Salehi, chefe da organização de energia atômica iraniana, disse que o país havia previsto que a revelação seria bem recebida.
Estadão