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Kuwait elege primeiras mulheres e islâmicos perdem cadeiras

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Quatro cadeiras no Parlamento do Kuwait foram conquistadas por mulheres, um feito inusitado nesse Estado árabe do Golfo. Na eleição, candidatos progressistas e xiitas também tiraram quatro cadeiras dos islâmicos sunitas que há anos dominam a assembléia de 50 lugares.

Os ganhos conquistados às expensas dos islâmicos, que lideram a oposição parlamentar aos esforços de reforma econômica do governo e que são aliados a figuras conservadoras tribais que conquistaram 25 cadeiras, podem não ser suficientes para acabar com a disputa que é travada há anos.

"Os resultados da eleição surpreenderam a todos, mas muitos dos parlamentares ‘do impasse’ foram reeleitos, especialmente os das áreas tribais. Resta saber como o governo vai lidar com as reformas econômicas", disse o analista político Shamlan al Eissa.

O governante do Kuwait, xeque Sabah al Ahmad al Sabah, convocou as eleições depois de dissolver a assembleia, dois meses atrás, para pôr fim ao impasse entre o Parlamento e o governo, que é fortemente influenciado pela família governante.

A iniciativa permitiu ao governo e a al Sabah seguirem adiante com um pacote de estímulo de 5 bilhões de dólares para abrandar os efeitos da crise financeira global. A nova assembleia terá que votar o plano novamente.

Menos parlamentares sunitas

Islâmicos sunitas conquistaram apenas 11 cadeiras na assembleia no sábado, contra 21 na assembléia passada. Candidatos progressistas conquistaram oito cadeiras, contra sete no ano passado. O número de parlamentares que representam a comunidade xiita, que abrange um terço da população, aumentou em quatro, para nove.

As primeiras parlamentares mulheres no Kuwait incluem Massouma al Mubarak, que se tornou a primeira ministra mulher no país em 2005, o ano em que as mulheres primeiro conquistaram o direito de votar e concorrer a cargos eletivos. As outras são as professoras universitárias Salwa al Jassar e Aseel al Awadhi, que estudaram nos EUA, e a respeitada economista Rola Dashti.

Nenhuma mulher conquistou vaga nas eleições de 2006 e 2008 no país muçulmano conservador, onde a política ainda é largamente vista como área reservada aos homens.

O bloco sunita Movimento Salafista tinha exortado aos eleitores que boicotassem as candidatas mulheres, mas analistas previram que a iniciativa teria efeitos contrários aos pretendidos.

"Os islâmicos perderam muito de sua credibilidade. Eles focam questões como a segregação e não conseguem nos levar a lugar algum", disse antes da eleição o analista político Shafiq al Ghabra.

Dos 210 candidatos à assembleia, 16 eram mulheres. Tiveram direito ao voto 384.790 kuwaitianos, mais da metade dos quais mulheres.

Não existem partidos políticos no Kuwait, o quarto maior país exportador de petróleo do mundo, mas o Parlamento tende a ser dominado por islâmicos e figuras tribais que se opõem aos esforços do governo para enxugar o Estado de bem-estar social e que o acusam de corrupção.

Embora seu sistema político seja mais semelhante a uma democracia ocidental que o de qualquer outro país na região do Golfo, o Kuwait tem perdido espaço para seus vizinhos, que se converteram em centros comerciais, financeiros e turísticos que atraem investidores estrangeiros.

Estadão

 

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