O Conselho Central dos Judeus na Alemanha nesta sexta-feira rejeitou as desculpas do bispo britânico Richard Williamson, que negou a existência do Holocausto em uma entrevista na TV, e exigiu retratação sobre as declarações. Nesta quinta-feira, o bispo pediu perdão às vítimas do massacre e à Igreja Católica.
"Williamson não se retratou de suas teses mentirosas sobre o Holocausto. Só lamentou que o que disse tenha gerado tanta polêmica", disse o vice-presidente do Conselho Central, Dieter Graumann, em declarações publicadas nesta sexta-feira pelo jornal "Handelsblatt".
Graumann também se mostrou indignado com a explicação de Williamson, que disse que sua negação ao Holocausto teria se baseado em informações de duas décadas atrás. "Como se há 20 anos o Holocausto tivesse estado em dúvida", questionou.
O vice-presidente do Conselho Central voltou a criticar o papa Bento 16 por ter revogado a excomunhão que pesava sobre Williamson e outros três bispos ultraconservadores seguidores do francês Marcel Lefebvre. "O equívoco fatal do Vaticano segue tendo, infelizmente, vigência", disse Graumann.
A negação do Holocausto por parte de Williamson produziu indignação geral e várias críticas ao papa e, sobretudo, ao Vaticano, pela reabilitação do bispo. Durante uma entrevista à TV sueca sueca SVT, o bispo questionou a existência dos campos de concentração. "Acredito que não existiram câmaras de gás e [apenas] entre 200 mil e 300 mil judeus sofreram nos campos de concentração", disse o bispo na época.
Tensão
Vários grupos judaicos reagiram com indignação às declarações. O rabinato de Israel cortou todos os laços com o Vaticano no fim de janeiro. Em uma carta enviada à Santa Sé, o diretor geral do rabinato, Oded Weiner, suspendeu um encontro entre judeus e cristãos programado para o início deste mês. "Sem uma desculpa pública será difícil continuar com este diálogo."
A igreja tentou diminuir os atritos. Ainda em janeiro, o cardeal Walter Kasper, responsável pelas relações da igreja com os judeus, chamou as declarações de "estúpidas" em um editorial do jornal do Vaticano, "L"Osservatore Romano", e disse que o antissemitismo "não é objeto de discussão". O próprio papa condenou qualquer tentativa de negar o Holocausto, e Williamson escreveu, em 30 de janeiro, uma carta em que pediu desculpas pelas "observações imprudentes", mas não pelo conteúdo de suas declarações.
O movimento, no entanto, foi insuficiente para conter as críticas. No dia 3 deste mês, a chanceler alemã, Angela Merkel, que é protestante, exigiu que o papa deixasse "bem claro" que rejeitava a negação do Holocausto –cerca de 34% dos alemães declaram-se católicos, e 34%, protestantes. No mesmo dia, o jornal "Bild", o mais vendido da Alemanha, afirmou que o papa "cometeu um erro grave" e que o "fato de ser um papa alemão torna a questão especialmente ruim". Na juventude, Bento 16 foi obrigado a servir no Exercito nazista, mas fugiu e foi feito prisioneiro de guerra. A família dele se opôs ao nazismo e um primo dele foi executado pelo governo alemão por ter síndrome de Down.
Folha Online
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