O nome do ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, que morreu recentemente de ataque cardíaco, vai batizar ruas, um bairro, um gasoduto, uma delegacia e até mesmo um torneio de futebol local, em uma corrida das autoridades para homenagear o líder político.
A morte aos 60 anos do secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) não só motivou dezenas de atos no norte e sul argentino, mas resoluções e projetos para multiplicar seu nome em obras espalhadas por todo o país.
Cidades argentinas como San Miguel de Tucumán e Río Gallegos, terra natal de Kirchner, adotaram em algumas de suas principais avenidas o nome do ex-líder, morto em 27 de outubro na localidade patagônica de El Calafate, onde descansava com sua mulher, a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner.
Na Província de Misiones uma delegacia leva desde a semana passada o nome do chefe do governante do peronismo, quem se transformou "em um mito", após sua morte, afirmou o governador do distrito, Maurice Closs, ao inaugurar a sede policial.
A Câmara dos Deputados da Província de Jujuy aprovou um projeto que batiza como "Néstor Kirchner" o gasoduto que está sendo construído entre Argentina e Bolívia. O legislador peronista Miguel Tito chegou a transformar o político em um ícone para as regiões de fronteira durante homenagem ao ex-líder, na despedida na semana passada por uma multidão em Buenos Aires e Río Gallegos, onde foi sepultado.
– Kirchner depositou todo seu empenho para levar o progresso aos povos fronteiriços.
Enquanto isso, dirigentes próximos ao presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Julio Grondona, querem que o torneio da primeira divisão também leve o nome do ex-líder, ferrenho torcedor do Racing.
Sob o governo de Cristina, a transmissão televisiva dos partidos da liga local de futebol passou para as mãos do Estado depois que a AFA rompeu contrato com o Grupo Clarín, o que aguçou o enfrentamento entre o Executivo e essa empresa de comunicação.
A sequência de homenagens se transferiu à Província de Entre Ríos, onde o prefeito do povoado de Viale, Sergio Schmunk, pretende batizar o novo parque industrial da região com o nome de Kirchner, que esteve na Presidência entre 2003 e 2007.
– É totalmente merecido que nosso setor industrial leve o nome do ex-líder.
O povoado de Colonia Avellaneda, também em Entre Ríos, não quis ficar para trás e buscou dar o nome do ex-governante a um novo bairro de 600 casas, que começou a ser construído durante o governo Kirchner.
Na sulina Río Negro (Província), a legisladora Silvina García Larraburu apresentou um projeto para batizar a estrada nacional 23, que atravessa parte da Patagônia, uma região com a qual Kirchner mantinha forte identificação, chamada por muitos de "el Pingüino (o Pinguim)", pela ampla presença destas aves no sul argentino.
Kirchner "tinha muito claro a importância destas obras [de asfalto] na Patagônia, onde as vias não-pavimentadas ao longo de muitos quilômetros geram isolamento aos povoados", sentenciou a legisladora.
O senador governista César Gioja apresentou recentemente no Parlamento argentino um projeto para batizar a estrada 40, a mais longa do país, com o nome do ex-presidente. Parlamento e Câmara de Buenos Aires também homenagearam nesta semana Kirchner.
r7
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