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Coreia do Sul diz que Coreia do Norte distorce fatos para justificar ameaças

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A Coreia do Norte está "distorcendo severamente" as intenções por trás do apoio da Coreia do Sul à iniciativa americana contra o tráfico de armas de destruição em massa para justificar o tom das ameaças de guerra que fizeram Seul e os Estados Unidos elevarem o nível de alerta militar na região. A declaração é do porta-voz do Ministério de Relações Exteriores sul-coreano, Moon Tae-young.

 

"A Coreia do Norte está distorcendo severamente a decisão de nosso governo de participar do esforço internacional, no qual 94 países já estão trabalhando para evitar a proliferação de armas de destruição em massa", disse Moon, em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

 

A iniciativa americana que, na sigla em inglês, recebe o nome de PSI, permite abordar navios e aviões suspeitos de participar da proliferação de armas de destruição em massa, o que Pyongyang considera uma violação dos termos do armistício que assinou em 1953 com China e EUA, este último como representante do Exército sob a bandeira das Nações Unidas.

A Coreia do Sul decidiu participar do PSI na terça-feira logo após o lançamento de um foguete pelo regime de Pyongyang, no último dia 5 de abril. Contudo, Seul decidiu atrasar o anúncio em consideração aos esforços diplomáticos para retomar as negociações com o vizinho.

Depois que a Coreia do Norte anunciou ter realizado com sucesso um teste nuclear –em uma escalada de tensão que inclui ainda o lançamento de seis mísseis e o decreto do fim do armistício que encerrou a Guerra da Coreia (1950-1953)–, funcionários do governo disseram não haver mais motivo para contenção.

Pyongyang alertou inúmeras vezes que a participação de Seul no PSI seria vista como uma declaração de guerra. Nesta quarta-feira, ela fez jus a seu discurso e ameaçou retaliação militar caso qualquer de seus navios seja abordado pelas tropas.

Agora, afirma a Coreia do Sul, o regime comunista usa a iniciativa como desculpa para aumentar ainda mais a tensão regional e pressionar por melhores concessões em um possível acordo de desnuclearização.

"Os comunicados lançados nesta quarta-feira […] são completamente sem base", disse Moon, acrescentando que o PSI não tem como alvo a Coreia do Norte, mas sim qualquer navio e aeronave. Moon disse ainda que o acordo intercoreano marítimo de 2005 continuará valendo.

As duas Coreias seguem tecnicamente em guerra, pois nunca assinaram um tratado de paz, e agora vivem a pior escalada de tensão em décadas, iniciada pelo anúncio de Pyongyang de que realizou ‘com sucesso’ seu segundo teste nuclear nesta segunda-feira, seguido do lançamento de seis mísseis em três dias e a ameaça de um conflito caso seus navios sejam interceptados.

Alerta

Em resposta às ameaças norte-coreanas, as autoridades militares da Coreia do Sul e dos EUA aumentaram nesta quarta-feira seu nível de alerta, informou a Yonhap.

Pela primeira vez desde o primeiro teste nuclear norte-coreano, de 2006, as Forças Armadas dos dois países aumentaram o nível de alerta "Watchcon" ao grau dois de um total de quatro, quando normalmente se mantém no nível três. A contagem é feita de forma decrescente.

""Watchcon" 2 foi decretado às 7h15", afirmou o porta-voz das forças militares da Coreia do Sul, citado pelo jornal "The Korea Times". "Uma vez que o nível é aumentado, o número de agentes de inteligência e vigilância será elevado para um alerta maior sobre movimentos suspeitos na Coreia do Norte."

O nível de alerta das Forças de Defesa da coreia do Sul, Defcon, continua no nível quatro –seu nível ‘normal’.

O alerta "Watchcon", normalmente elevado em acordo entre Coreia do Sul e EUA, tem quatro estágios. O ‘Watchcon’ 4 é usado em tempos de paz, 3 para indicações de ameaça à segurança, 2 para indicações vitais de ameaça e 1 para situação de guerra.

Em situações normais, o nível de alerta na região é mantido em três.

O porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Won Tae-jae, disse que Coreia do Sul e EUA reforçarão as atividades de espionagem e as operações de reconhecimento sobre a Coreia do Norte.

"Vamos manter uma sólida posição defensiva para prevenir provocações militares do Norte", disse Won. "Os militares vão se opor firmemente às provocações", disse.

Este é a quarta vez, desde 1982, que o alerta entre as forças americanas e sul-coreanas é elevado ao nível 2, destacou Won.

A Coreia do Sul impôs o nível dois de alerta quando a Coreia do Norte realizou seu primeiro teste nuclear, em outubro de 2006, e também quando aconteceram enfrentamentos armados no mar Ocidental (mar Amarelo) em 1999.

O aumento do nível de alerta acontece depois de o regime comunista norte-coreano realizar nesta segunda-feira seu segundo teste nuclear, além de lançar vários mísseis de curto alcance até a terça-feira.

A península coreana é uma das regiões mais militarizadas do mundo, com um milhão de soldados da Coreia do Norte, 655 mil da Coreia do Sul e 28.500 militares americanos em território sul-coreano, como poder dissuasório contra um eventual ataque norte-coreano.

 

 

 

Folha

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