O Congresso de Honduras deve debater nesta segunda-feira (27) uma proposta do mediador Óscar Arias, presidente da Costa Rica, para solucionar a crise política no país.
A proposta foi elogiada pelo regime do presidente interino, Roberto Micheletti, que também é presidente do Congresso, e tem o respaldo dos militares, que derrubaram o presidente Manuel Zelaya em 28 de junho.
No entanto, ela não foi aceita porque inclui restituir a presidência a Zelaya, ponto considerado inegociável pelo governo interino e pelo Exército.
O Congresso é dominado pelos seguidores de Micheletti. A proposta foi enviada pelo ministro do Interior do governo interino, Raúl Matute.
A discussão ocorre enquanto Zelaya continua na Nicarágua, próximo à fronteira com Honduras, cercado de seguidores e pressionando pela sua volta ao poder.
Já Zelaya, que tentou entrar a pé em Honduras na sexta-feira pela passagem de Las Manos, disse que a negociação mediada por Arias está fracassada.
No domingo, ele convocou os soldados e oficiais de alto escalão a rebelar-se contra a cúpula militar.
"Essa cúpula militar deve ter logo … uma reação dos militares que estão nas diferentes brigadas", disse Zelaya em Ocotal, em declarações transmitidas pela rádio local Globo.
"Como comandante-geral das Forças Armadas peço aos militares patriotas que pensem em seus filhos, que pensem em sua família, que se rebelem contra Romeo Vásquez", afirmou, referindo-se ao chefe do Estado Maior das Forças Armadas de Honduras.
Toque de recolher
O governo de facto de Honduras prorrogou no domingo por 12 horas o toque de recolher na fronteira com a Nicarágua e suspendeu a medida nas ilhas do Caribe.
Um porta-voz da presidência anunciou que o toque de recolher foi estendido de 18h de domingo às 6h de segunda (de 21h às 9h de Brasília) em todo o departamento de El Paraíso e nos municípios de San Marcos de Colón, Concepción de María e Duyure, de Choluteca, sul.
G1