China e Rússia foram na contramão de Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão após o lançamento de um foguete por parte da Coreia do Norte.
Neste domingo (5), o governo norte-coreano lançou um foguete que disse que se tratar de um satélite de comunicações. Afirmou ainda que a missão obteve “êxito”. Sul-coreanos e americanos, porém, disseram que o foguete tem objetivo militar não chegou a entrar em órbita e caiu no mar.
Já integrantes do governo chinês e russo pediram calma ao mundo horas antes de começar a reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que deve começar por volta das 16h (de Brasília) desse domingo (5). O encontro foi um pedido do governo japonês.
“É preciso ter equilíbrio até se descobrir exatamente as ações da Coreia do Norte”, afirmou em um comunicado o Ministério do Exterior da Rússia.
Diplomatas das Nações Unidas afirmaram para a agência de notícias Reuters que os países do Conselho de Segurança não pensam em impor novas sanções, mas podem discutir uma resolução para garantir o cumprimento das medidas anteriores. Rússia e China já deixaram claro que vetariam novas sanções.
O Japão viu o foguete passar pelo seu território (nenhuma peça atingiu o país) e chegou até a colocar armas antimísseis no centro de Tóquio. Segundo Coreia do Sul e EUA, uma parte do foguete caiu no Mar do Japão e outra, no Oceano Pacífico.
Reações
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que o Conselho de Segurança deveria enviar uma mensagem enfática à Coreia do Norte por conta do que analistas acreditam que foi, de fato, o teste de um míssil desenvolvido para transportar uma ogiva a uma distância equivalente a até o Alasca.
O lançamento do foguete é o primeiro grande desafio de Obama relacionado à Coreia do Norte. Os esforços norte-coreanos para ter armas nucleares há tempos preocupam Washington. O regime comunista testou um dispositivo nuclear em 2006.
"Com esse ato de provocação, a Coreia do Norte ignorou as suas obrigações internacionais, rejeitou os pedidos por moderação e se isolou ainda mais da comunidade de nações", disse em comunicado Obama, num giro pela Europa.
A Coreia do Sul classificou o lançamento do foguete como um ato "irresponsável." Segundo o Japão, foi "extremamente lamentável." A União Européia "condenou com o ênfase" a ação. A China e a Rússia pediram calma e moderação a todos os lados.
A Coreia do Sul inicialmente afirmara que o foguete parecia levar um satélite, mas o ministro da Defesa mais tarde disse ao Parlamento que o objeto não havia conseguido entrar em órbita, segundo relatou a Kyodo, agência de notícias japonesa.
"A Coreia do Norte deve avaliar agora que a sua posição na mesa de negociações fortaleceu, pois ela tem as cartas nuclear e também a do míssil", afirmou Shunji Hiraiwa, analista com base no Japão.
Park jong-Kyu, economista em Seul, opinou que os impactos do lançamento nos mercados não serão consideráveis.
"Quando a Coreia do Norte fez testes nucleares anos atrás, os mercados de Seul caíram no dia, mas se recuperaram no dia seguinte. O tema não é mais um fator que abale mercados", declarou Park.
G1
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