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Candidatos à Presidência do Haiti querem adiar eleições após surto de cólera

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A sete dias das eleições, quatro dos 18 candidatos à Presidência do Haiti pediram que a votação de 28 de novembro fosse adiada por conta de epidemia de cólera no país.

"Pedimos às autoridades que desloquem a data das eleilções e que estabeleçam e publiquem um plano de luta contra a epidemia de cólera que ameaça a vida de todos os haitianos", escreveram Josette Bijou, Gérad Blot, Garaudy Laguerre e Wilson Jeudy, quatro candidatos que têm baixos percentuais nas pesquisas de intenção de voto.

Os políticos desejam criar uma comissão independente para que se investigue a origem da epidemia de cólera, que há mais de um século já se havia erradicado do país.

Segundo os candidatos, uma investigação deveria aponta se houve responsabilidade da ONU (Organização das Nações Unidas) por reintroduzir a doença.

Alguns oponentes não gostaram da proposta de suspender as eleições. "Não é razoável falar de postergação. Estamos a um ponto que as pessoas estão prontas para votar", disse a candidada Mirlande Manigat, favorita a vencer a disputa eleitoral.

EPIDEMIA

As autoridades haitianas e a comunidade internacional estão preocupadas pela situação gerada no Haiti por causa da cólera, que deixou 1.186 mortos em um mês e que tem provocado protestos contra a Missão da ONU no país, acusada de originar a epidemia.

A situação do Haiti alertou a Assembleia Geral da ONU, que nesta sexta-feira (19) anunciou em Nova York que se reunirá no dia 3 de dezembro para analisar os eventos na nação caribenha.

A origem da doença no Haiti continua sendo desconhecida, mas, segundo testes realizados pelos Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), em Atlanta (EUA.), foi causada por uma cepa igual a uma encontrada na Ásia meridional.

No entanto, centenas de manifestantes acusaram nos últimos dias a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) de ter originado a epidemia ao despejar material fecal em um rio que atravessa o departamento de Artibonite, onde o surto começou.

Os manifestantes acusam o batalhão nepalês que, segundo denúncias, utiliza um dispositivo perto do rio Artibonite para depositar seus materiais fecais, o que foi negado pela missão da ONU, que garante que manejou em forma correta o material.

Os protestos e enfrentamentos dos manifestantes com tropas da Minustah causaram, esta semana, três mortes e deixaram mais de 30 feridos em Cap-Haïtien, o que poderiam agravar a epidemia e a situação geral do país, que em 28 de novembro realizará eleições presidenciais e legislativas.

Após os incidentes desta semana, o país viveu nesta sexta-feira (17) um dia de aparente calma e não foram reportados incidentes apesar das barricadas na região da Universidade de Porto Príncipe, um dos pontos de partida da manifestação de estudantes contra a Minustah realizada nesta quinta-feira.

Ao se completar um mês desde a aparição dos primeiros casos da doença na país caribenho, as autoridades sanitárias informaram que o surto ocasionou a hospitalização de 19.646 pessoas, das quais 18.872 ficaram curadas após receber o tratamento correspondente.

A doença causou a morte de 19 presos em quatro prisões do país, disse nesta sexta-feira à imprensa o porta-voz adjunto da Polícia Nacional do Haiti (PNH), Garry Desrosiers.

A fonte disse, além disso, que 50 presos foram atendidos por apresentar sintomas da doença.

"A Polícia tem muita dificuldade para fazer frente à progressão da epidemia", devido às condições nas amontoadas prisões haitianas, disse Desrosiers.

A prisão da capital, cujos espaços foram desinfetados como prevenção da cólera, conta com 1,5 mil prisioneiros, sendo que entre 30 e 60 compartilham o mesmo quarto.

Esta situação representa "um perigo", não somente para os prisioneiros, mas também para os policiais e o pessoal administrativo, acrescentou a fonte.

A epidemia, que afeta oito dos dez departamentos do país, atravessou a fronteira com a República Dominicana, onde esta semana foram confirmados três casos, embora não existam vítimas fatais.

 

 

Folha

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