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Aparente suicídio de ex-presidente choca sul-coreanos

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O aparente suicídio do ex-presidente da Coreia do Sul, Roh Moo-hyun, sob investigação por suposta corrupção, chocou os sul-coreanos.

Roh, de 62 anos, morreu na manhã deste sábado (horário local) quando caiu de uma montanha perto de sua casa. O advogado de Roh, Moon Jae-in, disse que ele deixou um bilhete suicida à família.

O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, manifestou pesar pela morte do antecessor. "Isto é verdadeiramente inacreditável, um acontecimento lamentável e profundamente triste", afirmou.

Kim Dae-jung, que governou antes de Roh, disse que perdeu seu "companheiro de longa data, com quem tomei parte em lutas pela democracia e com quem compartilhei dez anos de um governo democrático".

"Alegações em relação aos membros da família dele vinham vazando para a imprensa todos os dias", disse Kim. "Provavelmente ele não pode aguentar mais a pressão e as tensões."

Roh pediu desculpas no mês passado por causa das alegações de que sua família aceitou US$ 6 milhões em propinas de um empresário enquanto estava no cargo (2003-2008), mas nunca admitiu ter cometido erros.

O ex-presidente vinha de uma família de agricultores pobres, mas chegou ao mais alto cargo do país com uma plataforma de governo honesto e reconciliação com a Coreia do Norte.

Bilhete suicida

O corpo de Roh foi levado em um comboio de um hospital na cidade de Busan, no sul do país, para a cidade onde ele nasceu, Gimhae, onde, segundo assessores, ele deverá ser sepultado. Centenas de policiais à paisana e moradores locais se alinharam junto à via onde o comboio passaria para prestar homenagem ao político morto.

Uma multidão também se concentrou diante do Palácio Deoksu, no centro da capital, Seul. Várias pessoas colocaram buquês de flores diante de fotos de Roh e queimaram incenso.

Em nota lida em rede nacional de rádio e televisão neste sábado, o ex-chefe da Casa Civil de Roh, Moon Jae-in, disse que ele saiu de casa bem cedo pela manhã e, cerca de uma hora depois, quando subia o monte Bonghwa, atirou-se.

O ex-presidente caiu de uma altura de 20 a 30 metros e depois foi levado para o hospital da Universidade Nacional de Busan, onde foi declarado morto ao chegar. Roh sofreu graves ferimentos na cabeça.

A agência de notícias oficial da Coreia do Sul, Yonhap, disse que, em sua nota, Roh dizia: "Não fiquem muito tristes. A vida e a morte não são parte da natureza? Não lamentem."

"Por favor, que eu seja cremado. E, por favor, deixem uma pequena lápide perto de casa."

Acusações

Roh era um advogado especializado em direitos humanos. Ele chegou à Presidência em 2003 prometendo combater a corrupção mas, de acordo com correspondentes, seu mandato foi de altos e baixos. Seu partido, Uri, foi abalado por escândalos e brigas internas.

O político foi suspenso do cargo em meados de 2004, depois que o Parlamento decidiu por seu impeachment por violação de normas eleitorais, mas o Tribunal Constitucional reverteu a decisão e reconduziu-o à Presidência.

Em abril, Roh foi interrogado sobre acusações de que tinha recebido suborno de um rico fabricante de calçados, Park Yeon-cha.

Park havia sido indiciado em dezembro em um outro caso de suborno e sonegação de impostos.

O ex-presidente pediu desculpas à nação. "Eu me sinto envergonhado perante meus compatriotas. Eu lamento desapontá-los", disse em pronunciamento na TV no dia 30 de abril.

Roh admitiu que sua esposa recebeu US$ 1 milhão de Park. Ele disse, contudo, que o dinheiro era para ajudá-la a pagar uma dívida e não suborno.

O ex-presidente disse também que estava ciente de que o empresário tinha dado US$ 5 milhões a um parente, mas achou que se tratava de um investimento.

Depois do anúncio da morte de Roh, o ministro da Justiça, Kim Kyung-han afirmou que o caso de corrupção contra ele será formalmente arquivado. Kim não disse, contudo, se os familiares do ex-presidente continuarão sob investigação.

BBC

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