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A bomba iraniana: corrida contra o tempo

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A Agência Internacional de Energia Atômica reconheceu, em relatório recente, que o Irã não está cooperando com a fiscalização da ONU no que diz respeito a seu programa nuclear. O texto, embora tenha sido escrito no prolixo linguajar diplomático, é claro como o dia: “Lamentavelmente, como resultado da contínua falta de colaboração do Irã em relação a questões pendentes que dão margem a preocupações acerca das possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano, a AIEA não fez nenhum progresso substancial a respeito dessas questões”.

Parece evidente, por todos os indícios acumulados até aqui, que o Irã não só quer a bomba nuclear como está muito perto de obtê-la. Então, a diplomacia mundial começa a lidar com o fato praticamente consumado que nada fará Teerã desistir de seu projeto militar.

A Rússia reagiu com aparente frieza a uma oferta de barganha feita pelo governo Obama, na qual, em troca da ajuda de Moscou para isolar Teerã, os EUA desistiriam de seu escudo antimísseis ou incluiriam a Rússia nele. O escudo antimísseis é um mecanismo de defesa que, em tese, anula a capacidade de destruição nuclear mútua entre EUA e Rússia, razão pela qual o Kremlin é visceralmente contra – ainda mais porque Washington fechou acordo com Polônia e República Tcheca, antigos satélites soviéticos, para receber o escudo, o que soou como provocação óbvia.

Sem o apoio da Rússia, principal fornecedor de tecnologia não só do programa nuclear, mas dos mísseis capazes de conduzir a bomba iraniana, é improvável que os EUA consigam ampliar a pressão sobre o Irã. Desse modo, se realmente resolver levar adiante sua intenção de negociar diretamente com Teerã, Obama terá pouco poder de dissuasão, salvo o de praxe: sanções econômicas, que têm se provado pouco eficazes, e uma indesejada opção militar. Em outro front, Obama parece jogar pela tentativa de atrair a Síria e de acelerar a resolução da questão palestina, o que isolaria o Irã.

Nesse jogo delicado, restam duas peças potencialmente desestabilizadoras: por um lado, um Irã nuclear provavelmente deflagrará uma corrida nuclear dos países árabes, com conseqüências imprevisíveis; por outro, Israel calcula que um Irã nuclear é uma ameaça à sua própria existência, o que torna improvável que o país espere de braços cruzados que Teerã realmente desenvolva o armamento. Uma reação militar israelense abre a possibilidade de uma nova e ampla guerra no Oriente Médio, o que exigirá de Obama muito mais do que ele hoje parece disposto a empenhar.

 

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