Pressionados pelo governo a diminuir o "spread" (a diferença entre a taxa de captação e os juros cobrados dos clientes pelas instituições financeiras) a fim de amenizar os efeitos da crise econômica no Brasil, os bancos federais são os que mais tiveram queda nos lucros desde o início da crise, em setembro do ano passado, informa reportagem de Sheila D’ Amorim, publicada na Folha desta sexta-feira (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Depois da Caixa Econômica Federal anunciar que seu lucro no 1º trimestre caiu quase pela metade ante o mesmo período de 2008, o Banco do Brasil divulgou nesta quinta-feira um resultado 29% menor. No mesmo período, a queda do lucro do Itaú-Unibanco e do Bradesco, maiores bancos privados do país, foram de 27,6% e 9,6%, respectivamente.
O aumento da inadimplência, que foi de 2,4% a 2,7% (abaixo das taxas do mercado), fez o BB aumentar suas provisão (reservas contra calotes) em 11%. Aliados ao impacto negativo da queda da taxa Selic e à redução dos ganhos com tarifa, esses gastos foram responsáveis pelo recuo nos lucros.
O resultado do BB, informa a reportagem, poderia ter sido ainda pior se o banco tivesse seguido a determinação do presidente Lula de abaixar o "spread" –que ficou praticamente estável entre dezembro do ano passado e março deste ano.
Folha Online
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