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Autor de Passione anuncia outra morte na novela

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‘Sim, vamos ter mais uma morte até o final da novela’, diz autor de ‘Passione’
A oito capítulos do encerramento da trama, Silvio de Abreu fala ao G1.
Autor desmente rejeição à Dieckmann e elogia a performance de Ximenes.

 

Faltam apenas oito capítulos para o público descobrir quem matou Saulo (Werner Schünemann), se Totó (Tony Ramos) ainda está vivo apesar de ter levado dois tiros certeiros de Clara (Mariana Ximenes), e com quem o bígamo Berilo (Bruno Gagliasso) será feliz para sempre. Com Jéssica (Gabriela Duarte) ou Agostina (Leandra Leal)? Ou com as duas?

Mesmo com tantos mistérios a serem solucionados, o autor Silvio de Abreu promete novas surpresas na reta final de “Passione”. “Sim, vamos ter mais uma morte até o fim da novela”, adianta.

É claro que o autor não deu nenhuma pista ao G1 sobre quem será “a próxima vítima”. Expressão clichê, mas que já foi título de uma de suas novelas – a recordista em assassinatos, com 12 defuntos.

“Passione”, no entanto, não deve ficar marcada pelo derramamento de sangue cenográfico.

Será lembrada como a que reuniu elenco estelar – Fernanda Montenegro, Irene Ravache, Cleyde Yáconis e Leonardo Villar foram brilhantes – e a que fez de personagens secundários peças-chaves para desvendar toda a história.

Afinal, quais são os enigmas que envolvem o mordomo Arturzinho (Júlio Andrade), a jornalista Laura (Adriana Prado) e o cantor Diogo (Daniel Boaventura)?

Na entrevista a seguir, Abreu faz um balanço da novela de sotaque italianado, que chega ao fim no próximo dia 14. Confira:

G1 – “Passione” já teve tantos assassinatos que está quase lembrando outra novela sua, “A próxima vítima”. O público deve se preparar para mais mortes?

Silvio de Abreu – Em número de assassinatos, “Passione” perde longe para “A próxima vítima”, que teve 12 mortes. Mas, sim, vamos ter mais uma morte até o fim da novela.

G1 – Personagens secundários ganharam relevância e parecem guardar todos os segredos que envolvem os crimes da história. Por que essa opção?
Abreu – Não foi só uma opção. É a história de “Passione”, os personagens da novela. Ninguém ali entrou por acaso, todos tinham sua trama, sua história a ser contada. Entraram devagar, com papéis não tão destacados de propósito. Não queria que eles chamassem a atenção logo de início. Apareceram na hora certa para continuar contando a história.

Público de novela é romântico e por isso torcia pela regeneração da Clara. E ‘Passione’ pode ser classificada de muitas coisas, menos de ser uma trama romântica”Silvio de AbreuG1 – O senhor repetiu em “Passione” uma armadilha usada em “A favorita” que foi enganar o público quanto ao caráter de um dos personagens centrais. Caso da Clara, que ficou boazinha e depois voltou a ser vilã…

Abreu – Clara se apresentou desde o inicio como uma vilã, era óbvio que uma pessoa que já tinha feito tudo o que ela fez, não poderia se regenerar de uma hora para a outra. Público de novela é romântico, acredita em final feliz e por isso torcia pela regeneração da Clara. As justificativas que dei a ela como vilã e o carisma de Mariana Ximenes fizeram com que o público gostasse e admirasse a Clara e isto ia contra o princípio moral do telespectador de renegar a maldade e aceitar apenas os bons sentimentos. Se ela ficasse boazinha, tudo estaria justificado. E “Passione” pode ser classificada de muitas coisas, menos de ser uma trama romântica. A Mariana não sabia que a Clara estava fingindo, mas desconfiava.

G1 – Como autor é um desafio mudar tão radicalmente a conduta de um personagem e ainda assim manter a coerência?

Abreu – Eu tinha que esconder a verdadeira Clara para que a trama tivesse coerência. A história sempre foi essa desde o início. Há um grande trabalho em esconder, mas ao mesmo tempo, ir soltando algumas pistas. É preciso dedicação e entrega. Conversei muito com a Mariana Ximenes, ela sempre soube que tom queria para a Clara. Mas eu podia confiar de olhos fechados, a Mariana é uma atriz talentosíssima.

G1 – Foram publicadas algumas críticas sobre a suposta falta de carisma da mocinha vivida por Carolina Dieckmann e que foi difícil para o público ver a Mariana Ximenes como vilã. A rejeição popular influi no andamento de suas novelas?

Abreu – Os comentários sobre Diana [Dieckmann] foram típicos de uma novela das 21h. É o horário nobre, o carro-chefe da emissora e sempre vai dar muito o que falar. Quando os comentários começaram a aparecer, fiquei surpreso porque sempre tive um retorno muito positivo sobre a Diana. Prova disso foram os emails que recebemos quando Diana morreu. Ninguém a queria morta, o público ficou bastante chateado. Mas a história já estava escrita, independendo de comentários e desaprovação do público. A escolha da Carolina foi acertadíssima, assim como a da Mariana. Esse ar angelical dela era fundamental para essa dúvida sobre o caráter de Clara.

G1 – Que atuação o senhor considerou a grande surpresa de “Passione”?

Abreu – Não dá pra escolher uma só. O elenco esteve perfeito, muito entregue, muito dedicado. O que falar dos veteranos Tony Ramos, Fernanda Montenegro, Cleyde Yáconis, Leonardo Villar? Sem palavras. Os novos na televisão Mayana Moura, Julio Andrade, Debora Duboc, Bianca Bin entre outros também deram um show.
 

G1 – Tão esperado quanto as respostas para as mortes da novela, é que fim terá o triângulo amoro entre Berilo, Jéssica e Agostina…
Abreu – Jéssica, Berilo e Agostina garantiram boas risadas ao público.Todas as possibilidades são possíveis. Entre esses três, tudo pode acontecer. Jéssica já virou amante, já fingiu ter amante, já foi pra Toscana atrás de Berilo. Agostina já fugiu com ele, já fez o pai comprar um táxi pro marido, já correu atrás de Jéssica. Tanta coisa que fica difícil achar que elas ainda podem ir mais longe, mas tenha a certeza que irão!

G1 – Há um grau de parentesco muito forte entre os personagens de diferentes núcleos de “Passione”. Essa “proximidade sanguínea” é um influência rodrigueana?

Abreu – Isso já acontecia em “Belíssima” [novela do autor que foi ao ar em 2005]. Gosto desse universo familiar e claro sou um admirador confesso de Nelson Rodrigues, como também de Tennesse Williams e Eugene O´Neil. O primeiro nome que pensei para “Passione” foi “Segredos de família”, mas achei muito explícito e sem nenhuma magia.

O primeiro nome que pensei para ‘Passione’ foi ‘Segredos de família’, mas achei muito explicito e sem nenhuma magia’Silvio de AbreuG1 – Como é a sua rotina quando está com uma novela no ar?

Abreu – Trabalho em “Passione” desde janeiro de 2008. Quando terminarmos, completarei três anos de dedicação absoluta. Demorei seis meses para escrever a sinopse e o perfil dos personagens, mas esta foi a minha base e sem ela eu nunca teria conseguido desenvolver a novela da maneira que desenvolvi. Minha rotina antes da estreia é mais elástica, acordo lá pelas 8h, escrevo durante seis ou oito horas. Mas quando a novela estreia essa rotina aperta: levanto às 6h escrevo das 7h até as 13h, almoço, volto a escrever às 14h ou 14h30 e vou até meia noite. Isso durante 209 dias consecutivos, sem sair de casa. É estafante, mas não posso negar que seja prazeroso.

G1 – Você pode dar uma pista sobre quem matou Saulo?

Abreu – Essa eu vou ficar te devendo. Tivemos muito cuidado para manter em suspense o assassinato de Saulo por um único motivo: surpreender e divertir o telespectador. Afinal, é para ele que eu escrevo, não é verdade?
 

 

G1

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