Categorias: Saúde

STF confirma direito de recusar transfusão de sangue por religião

PUBLICIDADE

O Supremo Tribuna Federal (STF) formou maioria para reafirmar o direito de negar transfusões de sangue por motivos religiosos, rejeitando recurso do Conselho Federal de Medicina, que buscava reverter a decisão favorável ao grupo Testemunhas de Jeová.

O julgamento dos embargos ocorre no plenário virtual, em sessão prevista para durar até as 23h59 desta segunda-feira (18). Votaram por negar o recurso o relator, ministro Gilmar Mendes, e os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, André Mendonça e Dias Toffoli. 

A maioria será confirmada caso não haja pedido de vista (mais tempo de análise) ou destaque (remessa ao plenário físico). A decisão tem repercussão geral, devendo ser observada por todos os tribunais do país. 

Em setembro de 2024, o plenário do Supremo decidiu por unanimidade que os cidadãos têm o direito de recusar a realização de procedimentos médicos por motivos religiosos. Esse é o caso, por exemplo, das testemunhas de Jeová, cuja fé não permite as transfusões de sangue. 

“A recusa a tratamento de saúde por razões religiosas é condicionada à decisão inequívoca, livre, informada e esclarecida do paciente, inclusive quando veiculada por meio de diretivas antecipadas de vontade”, diz a tese estabelecida na ocasião. 

A tese vencedora também estabeleceu a possibilidade da realização de procedimento alternativo, sem a transfusão de sangue, “caso haja viabilidade técnico-científica de sucesso, anuência da equipe médica com a sua realização e decisão inequívoca, livre, informada e esclarecida do paciente”.

A CFM recorreu da decisão alegando haver omissões na medida, pois o Supremo não teria esclarecido o que fazer em cenários nos quais o consentimento esclarecido do paciente não seria possível, ou em casos com risco de morte iminente. 

Dois casos concretos serviram de base para a decisão. Um dizia respeito a uma mulher de Maceió que se recusou a fazer uma transfusão para a realização de uma cirurgia cardíaca. O outro tratava de uma paciente do Amazonas que exigia o custeio pela União de uma cirurgia de artroplastia total em outro estado, em que poderia ser feita sem a transfusão de sangue. 

No voto seguido pela maioria, em que rejeitou o recurso da CFM, o relator Gilmar Mendes escreveu que, ao contrário do argumentado, os pontos de omissão foram levantados e esclarecidos no julgamento. 

“Em situações nas quais a vida do paciente esteja em risco, o profissional de saúde deve atuar com zelo, adotando todas as técnicas e procedimentos disponíveis e compatíveis com a crença professada pelo paciente”, reiterou o ministro.

Agência Brasil

PUBLICIDADE

Últimas notícias

Armas, drogas e menor são apreendidos em megaoperação da PM em João Pessoa

A Polícia Militar da Paraíba deflagrou, nas primeiras horas desta sexta-feira (12), mais uma etapa…

12 de dezembro de 2025

Homem morre e duas pessoas ficam feridas em tiroteio em bar de Oitizeiro

Um homem de 32 anos foi morto e outras duas pessoas ficaram feridas durante um…

12 de dezembro de 2025

Presidente da Câmara de Bayeux sofre acidente e é levado ao Hospital de Trauma

O presidente da Câmara Municipal de Bayeux, vereador Adriano Martins, sofreu um acidente nessa quarta-feira…

12 de dezembro de 2025

Lula se oferece para mediar conflito entre Venezuela e EUA em contato telefônico com Maduro

O governo brasileiro confirmou oficialmente, nessa quinta-feira (11), que o presidente Luiz Inácio Lula da…

12 de dezembro de 2025

Coveiro é morto a tiros dentro de casa no Distrito Mecânico, em João Pessoa

Um coveiro foi assassinado a tiros na noite dessa quinta-feira (11), no Distrito Mecânico, em…

12 de dezembro de 2025

Moraes anula votação da Câmara e determina cassação imediata de Carla Zambelli

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, anulou nessa quinta-feira (11) a…

12 de dezembro de 2025